Agradecemos ao autor JOSESSANDRO ANDRADE a disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Como se define enquanto autor e
pessoa?
Como Pessoa, alguém que busca aprender
sempre, para conhecer melhor e conviver bem, evoluindo um pouco a cada dia.
Sensível, ansioso, mas assertivo, que busca ser resiliente. Como autor, penso
que sou um reflexo desta personalidade de forma criativa, minha poesia busca
experiências viajando por várias escolas e estilos. Como artista múltiplo,
escrevo em várias linguagens tais como poemas, letras de música, textos
teatrais, contos e argumentos para vídeos. Pessoa e autor se interpenetram e se
influenciam como em todo processo de convívio.
2 - O que o inspira?
Tudo aquilo acessível a nossa visão do
mundo e das coisas. Desde a natureza universal, até a paisagem nordestina e
rural do meu Sertão do Moxotó. As angústias existenciais e urbanas do nosso
tempo, os dramas sociais da humanidade, os amores, o amor maior, a
saudade, a solidão, as lembranças pessoais, as figuras folclóricas da minha
gente, os fatos pitorescos do cotidiano, os poetas e a memória do meu lugar e
dos lugares por onde vivi e passei. Os Poetas da minha terra, os mestres
(Ulysses Lins- O Trovador do Sertão, o Patriarca da literatura sertaneja; Waldemar
Cordeiro - O Gênio do Lirismo, o Dema do Moxotó; e Alcides Lopes de Siqueira, O
Menestrel Armorial, o Doutor da Poesia) e nomes de destaque (Corsino de Brito,
Mozart Lopes de Siqueira, Hamilton Rodrigues, Marcos Cordeiro , José Carneiro e
Wilson Freire além do contista Marcelino Freire e do Ensaista Antônio Jorge de
Siqueira. Minha cidade Sertânia é uma República de Poesia, berço nacional de
Poetas e escritores, considerada a Capital literária do Sertão, sendo
referência nacional em Literatura e Leitura. Particularmente, os arredores da
rua onde nasci e moro até hoje, a Ladeira de Francisquinho, convivendo
com músicos e artistas na Casa e sede da orquestra do Maestro e compositor
Francisquinho Araujo, na Venda dele , cujo cheiro de cereais, balas
e bombons ainda hoje perfuma minha alma, A Estação de
Trem, que há trinta anos foi desativada, mas ainda hoje é um filme passando nas
lentes da minha memória, com seus sons harmoniosos.
3 - Existem tabus na sua escrita? Porquê?
Em minha escrita não cultivo proibições de
temáticas ou de qualquer espécie. Apenas, não costumo abordar ou enveredar por
temas que não conheço ou que não me atraiam ou que não me agradem para
escrever. Eu só enveredo na minha escrita para elaborar algo, quando percebo
aquele terreno fértil para minhas inclinações e inquietações.
4 - Que importância dá às antologias e
colectâneas?
A Participação em obras coletivas permitem
uma abrangência maior do raio de difusão do nosso trabalho, porque os autores
acabam sendo agentes multiplicadores uns dos outros e de suas produções.
Possibilita também um intercâmbio entre regiões, estilos e o acesso a um
público muito maior diante da distribuição das edições para bibliotecas,
livrarias, entidades e universidades, bem como a circulação em feiras e festivais.
Promove ainda mais a nossa literatura, com um nível de ampliação que
não podemos mensurar de forma tão precisa e detalhada, pois é inestimável, já
que não tem dimensão.
5 - Que impacto têm as redes sociais no
seu percurso?
Permitiu que pessoas desde a minha cidade,
até Bruxelas na Bélgica pudessem compreender e admirar a minha escrita.
Permitiu que eu pudesse conhecer escritores como eu, em busca de projeção do
trabalho, até me aproximar de escritores já reconhecidos e com uma projeção
mais amadurecida. Também me inseriu em grupos e nos concretizou a articulação
regional entre entidades e projetos.
6 - Quais os pontos positivos e negativos
do universo da escrita?
Nos dar a oportunidade de nos expressarmos
subjetivamente de forma estética, sem o fazer de modo objetivo e informativo
como nos textos não-literários. Nos fornece um lazer sadio, nos torna seres
mais reflexivos, mais leves, mais densos. Nos exige trabalho e suor, disciplina
para lapidarmos aquilo que produzimos. Destacaria como desolador a disputa de
egos, as igrejinhas e as relações de compadrio presentes em outras
esferas da sociedade, que abundam os círculos literários por ai.
7 - O que acredita ser essencial na
divulgação de um autor?
Participação em feiras, programas de rádio
e TV, inclusive virtuais, inserção nas escolas e universidades e projetos
voltados para comunidades carentes, rurais e urbanas.
8 - Quais os projectos para o futuro?
Votar a escrever para Teatro e escrever um
romance. Voltar a gravar cd de poemas.
9 - Sugira um autor e um livro!
“Réstias de minha latada”, de Corsino de
Brito, poeta sertaniense, radicado no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana.
Cria de Ulysses Lins, ligou-se aos modernistas e conviveu com Carlos Drumonnd
de Andrade e Solano Trindade. Uma poesia moderna vigorosa.
Acompanhem, curtam e divulguem esta e outros autores através deste link
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