quarta-feira, 18 de julho de 2018

DEZ PERGUNTAS A... JOSESSANDRO ANDRADE


Agradecemos ao autor JOSESSANDRO ANDRADE a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Como se define enquanto autor e pessoa?

Como Pessoa, alguém que busca aprender sempre, para conhecer melhor e conviver bem, evoluindo um pouco a cada dia. Sensível, ansioso, mas assertivo, que busca ser resiliente. Como autor, penso que sou um reflexo desta personalidade de forma criativa, minha poesia busca experiências viajando por várias escolas e estilos. Como artista múltiplo, escrevo em várias linguagens tais como poemas, letras de música, textos teatrais, contos e argumentos para vídeos. Pessoa e autor se interpenetram e se influenciam como em todo processo de convívio.

2 - O que o inspira?

Tudo aquilo acessível a nossa visão do mundo e das coisas. Desde a natureza universal, até a paisagem nordestina e rural do meu Sertão do Moxotó. As angústias existenciais e urbanas do nosso tempo,  os dramas sociais da humanidade, os amores, o amor maior, a saudade, a solidão, as lembranças pessoais, as figuras folclóricas da minha gente, os fatos pitorescos do cotidiano, os poetas e a memória do meu lugar e dos lugares por onde vivi e passei. Os Poetas da minha terra, os mestres (Ulysses Lins- O Trovador do Sertão, o Patriarca da literatura sertaneja; Waldemar Cordeiro - O Gênio do Lirismo, o Dema do Moxotó; e Alcides Lopes de Siqueira, O Menestrel Armorial, o Doutor da Poesia) e nomes de destaque (Corsino de Brito, Mozart Lopes de Siqueira, Hamilton Rodrigues, Marcos Cordeiro , José Carneiro e Wilson Freire além do contista Marcelino Freire e do Ensaista Antônio Jorge de Siqueira. Minha cidade Sertânia é uma República de Poesia, berço nacional de Poetas e escritores, considerada a Capital literária do Sertão, sendo referência nacional em Literatura e Leitura. Particularmente, os arredores da rua onde nasci e moro até hoje, a Ladeira de Francisquinho,  convivendo com músicos e artistas na Casa e sede da orquestra do Maestro e compositor Francisquinho Araujo, na Venda dele , cujo cheiro de cereais, balas e  bombons ainda hoje perfuma minha alma,  A Estação de Trem, que há trinta anos foi desativada, mas ainda hoje é um filme passando nas lentes da minha memória, com seus sons harmoniosos.  

3 - Existem tabus na sua escrita? Porquê?

Em minha escrita não cultivo proibições de temáticas ou de qualquer espécie. Apenas, não costumo abordar ou enveredar por temas que não conheço ou que não me atraiam ou que não me agradem para escrever. Eu só enveredo na minha escrita para elaborar algo, quando percebo aquele terreno fértil para minhas inclinações e inquietações.

4 - Que importância dá às antologias e colectâneas?

A Participação em obras coletivas permitem uma abrangência maior do raio de difusão do nosso trabalho, porque os autores acabam sendo agentes multiplicadores uns dos outros e de suas produções. Possibilita também um intercâmbio entre regiões, estilos e o acesso a um público muito maior diante da distribuição das edições para bibliotecas, livrarias, entidades e universidades, bem como a circulação em feiras e festivais. Promove ainda mais  a nossa literatura, com um nível de ampliação que não podemos mensurar de forma tão precisa e detalhada, pois é inestimável, já que não tem dimensão.

5 - Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?

Permitiu que pessoas desde a minha cidade, até Bruxelas na Bélgica pudessem compreender e admirar a minha escrita. Permitiu que eu pudesse conhecer escritores como eu, em busca de projeção do trabalho, até me aproximar de escritores já reconhecidos e com uma projeção mais amadurecida. Também me inseriu em grupos e nos concretizou a articulação regional entre entidades e projetos.

6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita?

Nos dar a oportunidade de nos expressarmos subjetivamente de forma estética, sem o fazer de modo objetivo e informativo como nos textos não-literários. Nos fornece um lazer sadio, nos torna seres mais reflexivos, mais leves, mais densos. Nos exige trabalho e suor, disciplina para lapidarmos aquilo que produzimos. Destacaria como desolador a disputa de egos, as igrejinhas e as relações de compadrio  presentes em outras esferas da sociedade, que abundam os círculos literários por ai.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?

Participação em feiras, programas de rádio e TV, inclusive virtuais, inserção nas escolas e universidades e projetos voltados para comunidades carentes, rurais e urbanas.

8 - Quais os projectos para o futuro?

Votar a escrever para Teatro e escrever um romance. Voltar a gravar cd de poemas.

9 - Sugira um autor e um livro!

“Réstias de minha latada”, de Corsino de Brito, poeta sertaniense, radicado no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana. Cria de Ulysses Lins, ligou-se aos modernistas e conviveu com Carlos Drumonnd de Andrade e Solano Trindade. Uma poesia moderna vigorosa.

Acompanhem, curtam e divulguem esta e outros autores através deste link

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