Agradecemos à autora IVY MENON a disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Como se define enquanto autora e pessoa?
Como
pessoa, talvez pudesse dizer que sou feita de opostos; de antagonismos, pois
sou, ao mesmo tempo, absolutamente afetiva e totalmente racional. Amo história,
literatura e teologia, mas sou fascinada por matemática, física quântica e
filosofia. Vivo com a casa cheia de filhos e netos, mas amo a solidão. Sinto-me
muito à vontade em eventos sociais, que exigem traje de “gala”, mas moro no
meio do mato, com vida simples e contemplativa.
Seria eu uma
bipolar que não surta? rsrsrsrs
Já, como
autora, tateio, gaguejo... sou criancinha, louca de curiosidade e de vontade de
aprender. Desejo contribuir com o pensamento contemporâneo, consciente das
minhas limitações, por óbvio. Mais leitora que escritora. Penso que escrevemos para
fugir da morte, por meio das letras e de nossas histórias registradas, as quais
nos dão a ilusão de imortalidade. Quem dera fôssemos um Machado de Assis e,
indo mais longe, um Sócrates do século vinte e um! É muito pretensão, não? rsrsrsrs
2 - O que
a inspira?
A vida. A dureza
do coração do homem. O sofrimento. As dores da humanidade. O nascer e o por do
sol. O rio que corre. A borboleta. As formigas. Os passarinhos. O invisível. O
zum-zum-zum da praça de alimentação do shopping. O chope com amigos. O
desconhecido. O corriqueiro. A solidão. A companhia. A chegada. A partida. A
morte. E até o amor. Tudo o que me rodeia ou que eu imagino, que tenho
conhecimento/informação, pode se tornar matéria prima ou inspiração para
poesia, contos, crônicas e romance (este último, apenas em fase de projeto).
3 -
Existem tabus na sua escrita? Porquê?
Tabus? Não
sei se definiria minhas limitações na escrita, como tabus. Eu prefiro não
escrever eróticos, por exemplo... sou tímida demais para isso. No máximo, aventuro-me
pela escrita sensual. Friso ser essa uma limitação minha, não um tabu.
4 - Que
importância dá às antologias e colectâneas?
São de
extrema importância, haja vista oportunizar a publicação de autores que, por
dificuldades diversas, especialmente as financeiras, não teriam seus
trabalhos/arte levados ao conhecimento do público. Além de ser uma experiência
prazerosa essa da arte coletiva. O teu olhar no meio de outros olhares só
poderia alagar os horizontes!
5 - Que
impacto têm as redes sociais no seu percurso?
Todo o
impacto! Eu comecei a divulgar meus poemas, no tempo do Orkut. Conheci Poetas
maravilhosos pelas redes sociais. Aprendi muito, inclusive com alguns críticos
literários que ousaram ser humildes o bastante para abaixar-se até onde eu me
encontrava e criticar-me. Assinalar meus pontos altos e “massacrar” o que eu
tinha de ruim (horroroso, mesmo!) na escrita. As redes sociais são o meu mais
utilizado meio de comunicação com o exterior e, claro, com a divulgação do que
escrevo, com a literatura dos amigos e de alguns escritores famosos. O que não
me impede de ser voraz consumidora de livros!. Aff, uma loucura, esse vício de
comprar mais livros que você seja capaz de ler!
6 - Quais
os pontos positivos e negativos do universo da escrita?
Embora
exista muita literatura de baixíssimo valor literário, não creio que haja
pontos negativos, porque sempre será melhor que leiam, ainda que seja “bula de
remédio” e “almanaques” do que não ler. Quando ao universo dos escritores, da
mesma forma que em todo segmento da sociedade, vê-se de tudo: do altruísta ao
narcisista-psicopata rsrsrs. Temos que aprender a conviver. A viver no meio do
caos que a sociedade líquida se tornou, também no meio literário. Sem dramas.
7 – O que
acredita ser essencial na divulgação de um autor?
A
publicação, em primeiro lugar, qualquer que seja o meio. Os e-books estão se
tornando, cada vez mais, utilizados para a publicação, tendo em vista o baixo
custo e o imenso alcance que têm. O compartilhamento nas redes sociais, como o
Facebook e os blogs, é importantíssimo.
8 - Quais
os projectos para o futuro?
Um livro
de contos, para este ano. Na verdade, eu já o escrevi, mas um “amigo-crítico”
disse-me que “são bonitos, bem escritos, mas não acrescentam nada de novo, à
literatura contemporânea” rsrsrsrs. Inda bem que também ressaltou que meus
contos podem alcançar muitas pessoas que se identificariam com as histórias!
Acho que estou salva, por enquanto. Mas gostaria de aprender a escrever
literatura de ponta, confesso. Poesia, também tenho material para uns dois
livros. Um romance, em construção (dentro de mim). Vamos ver. Um dia de cada
vez. “Basta a cada dia o seu mal”, diz o texto Sagrado.
9 -
Sugira um autor e um livro!
Só um?
Nossa, que difícil! Bem, “Capitães de areia”, do Jorge Amado. Não resisto, vou
sugerir mais um: “A ilha do dia anterior”, do Umberto Eco. Amo.
10 - Qual
a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
“Ivy,
quer casar comigo”. “Sim”. Esclareço que a pergunta deveria ser feita pelo Lula
ou pelo Chico Buarque! rsrsrsrs
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Casar com você, nunca; amar... é para sempre.Espero, pelo menos em sua lembrança, ser um dos personagens. Talvez, um "Chico", talvez. rsrs. Vai prá você uma das minhas pérolas: "hei de te fazer feliz um dia, nem seja por uma noite". Bjão no coração, querida amiga Ivy Menon.
ResponderEliminar��������������
EliminarDepois de já ter comentado a entrevista anterior, ficou dificil ser criativa! rsssMas vou repetir que é um privilégio conviver com esta bipolar que não surta, com esta grande poeta que se ainda não se vê como, com esta mulher que não se deixa abater pelos revezes da vida, porque sabe que "basta a cada dia o seu mal". Ah... e casaria com ela sim. Espiritualmente, emocionalmente, poeticamente!
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