Agradecemos ao autor MIGUEL CURADO a disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Como se
define enquanto autor e pessoa?
Enquanto
autor tento ser tudo menos rígido. Sou influenciável, sim. Neste momento a
minha concentração na poesia faz com que leia mais poetas, e me sinta mais
influenciado por aquilo que leio. Mas penso que consigo fazer, ou criar um
estilo próprio. Como pessoa sou precisamente isso, uma pessoa flexível. Aberta
ao mundo. Que tenta modernizar-se o mais possível. E sempre aberta a aprender.
2 - O que o
inspira?
Inspira-me
tudo. Literalmente tudo. Desde um sonho. A uma comida. A um instante que
observo ou fotografo. Uma conversa. Um sentimento que as pessoas que amo me
transmitem. No fundo, tudo isso reunido numa torrente criativa que tem
intermitências. Mas que é por mim forçada, ou seja incentivada. Obrigo-me a
escrever diariamente, e desde há largos meses (pelo menos 6 ou 7 meses
consecutivos), tenho escrito todos os dias.
3 - Existem
tabus na sua escrita? Porquê?
Não.
Nenhuns. Muitas vezes não consigo ser tão provocador como quero, porque a
inspiração surge-me sempre de uma forma inesperada, e quase sempre em
raciocínios que saem para o papel de uma penada. E quando consigo ser
provocador com as minhas ideias, com o que escrevo, nunca o faço da forma que
mais me agrade. Mas nada como a prática.
4 - Que
importância dá às antologias e colectâneas?
Nunca
publiquei em nenhuma coletânea. Esta será a segunda, e sempre com a chancela da
Infinita. Mas penso que têm uma importância diferente das publicações em nome
individual, já que permitem uma maior difusão de estilos, e um deleite
diferente para o leitor.
5 - Que
impacto têm as redes sociais no seu percurso?
Não muito,
sinceramente. Os blogues sim. Potenciei a minha escrita num blog, e continuo a
agarrar-me à liberdade que um blog pode dar. As redes sociais, na minha
opinião, não são cenário para a escrita, porque dissolvem a escrita no meio da
rotina, da banalidade.
6 - Quais
os pontos positivos e negativos do universo da escrita?
Começo
pelos negativos. A escrita, levada de uma forma exaustiva, pode conduzir à alienação.
À diferenciação do padrão de encaixe no real. E, mais grave ainda, na minha
opinião, pode levar a pessoa a construir uma ideia errada de si própria. Por
outras palavras, a pensar de si algo que não tem correspondência com a
realidade. Passando aos pontos positivos: para mim, a escrita, é um escape.
Claramente. Tento vivê-la de uma forma comedida. Mas é algo que sempre me deu
prazer. Que me permite libertar sentimentos negativos e positivos em
simultâneo, de uma forma de total catarse.
7 - O que
acredita ser essencial na divulgação de um autor?
Encontrar
as pessoas certas, que tenham um projeto de edição honesto, eficaz, e que se
adapte às caraterísticas do autor. As primeiras obras, normalmente, são sempre
uma precipitação por parte dos autores. Contactam as pessoas erradas. Sofrem
prejuízos em vez de benefícios, só para dizer que publicam o primeiro livro.
Acho muito mais positivo começar com um projeto que nos encha o ego, e potencie
futuras obras.
8 - Quais
os projetos para o futuro?
Em
sequência da pergunta anterior, procuro projetos que me encham o ego e me façam
continuar. Tenho poemas para mais obras como o ‘Abrir os olhos até ao branco’,
várias. A aposta num livro de contos, ou numa novela, não sei se será para já.
Provavelmente não. Não me sinto ainda maduro o suficiente. E tenho, em
paralelo, o desejo de escrever um livro no âmbito da minha área profissional.
Com base num tema forte.
9 - Sugira
um autor e um livro!
José
Saramago, sempre. O Ano da Morte de Ricardo Reis. É capaz de ser, de todos os
livros que já li, o que mais roça a perfeição.
10 - Qual a
pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Como
gostarias que a tua vida fosse resumida? Resposta: a procura pela dignificação,
e pela impressão de uma marca registada que fique, pelo maior tempo possível.
Acompanhem, curtam e divulguem esta e outros autores através deste link
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