Agradecemos à autora ANA COELHO a disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Como se define enquanto autora e pessoa?
Quem melhor me pode definir
são os outros. No entanto, eu como pessoa tento ser para os outros o que
gostaria que fossem para mim. Sou preocupada com o que me rodeia sem muitos
alaridos mas muito sentimento, tentado que os meus atos façam diferença numa
sociedade cada vez mais indiferente. Acredito que nem todos me vejam assim, porque
cada um vê o que o rodeia com o seu olhar (sentimento).
2 - O que a inspira?
A vida, tudo o que me
envolve e me entra na alma, mesmo um pequeno movimento do vento com uma folha
solta. Por vezes conversas que escuto no quotidiano me inspiram os sentidos.
3 - Existem tabus na sua escrita? Porquê?
Não, porque viver é aceitar
e encarar todas as formas de vidas e formas de estar, e se é a vida que me
inspira tenho que escrever tudo o que a mesma tem nela, sem tabus.
4 - Que importância dá às antologias e
colectâneas?
Os trabalhos coletivos tem
uma imensa importância na divulgação e incentivação aos novos autores, e quando
os autores que já têm “obra” se unem nestes projetos estão a fazer um trabalho
emocional e social de grande importância. E não posso deixar deixar de me
lembrar que foi numa antologia que este meu percurso começou, é isso que penso
quando participo e organizo estes projetos. E estes projetos são registos
históricos desta época em que vivemos e escrevemos, múltiplos sentires registados
em livros.
5 - Que impacto têm as redes sociais no seu
percurso?
As redes sociais levam-nos
a todas as partes do mundo, através delas conhecemos pessoas muito
interessantes que nunca nos iríamos cruzar se não fossem estas plataformas. Na
escrita somos lidos e lemos sem fronteiras. Com as redes sociais aprendi e
aprendo imenso todos os dias.
6 - Quais os pontos positivos e negativos do
universo da escrita?
O universo da escrita é um
universo de seres humanos, cada um com o seu caráter e forma de ver e viver. A
escrita em primeira linha é uma catarse para o autor, quando o que escreve
chega ao leitor há um elo maravilhoso. A ligação com outros autores é mais uma
mais valia, partilha de conhecimento e sentimentos. Os negativos são os egos, a
vaidade e a falta de caráter de quem constituí este universo.
7 - O que acredita ser essencial na divulgação de
um autor?
Um tema complexo, os meios
de comunicação social são a melhor forma de divulgação, no entanto na área da
escrita pouco ou nada fazem ( falo dos canais nacionais). As editoras na maior
parte são tão desconhecidas como os autores e ficam-se pela edição da obra em
virtude de não serem aceites nos meios literários, e o autor fica por sua
conta. As editoras que já tem projeção ficam pelas muitas e boas obras dos
conhecidos, ou pelos conhecidos que vendem...tudo isto observo há anos e parece
a história do cão atrás do rabo. O que acontece na realidade são os autores que
se divulgam via redes sociais e alguns projetos como por exemplo este do “ Toca
a falar disto” que são um ponto de encontro dos autores e leitores. E arrisco a
deixar esta mensagem, em vez de ser cada um por si, em volta de egos sem
sentidos, os autores deveriam unirem-se, deviam participar mais nas iniciativas
que muitos se esforçam por as fazer. Sim, porque tudo que é feito dá muito
trabalho nos bastidores e muitas vezes os autores que mais reclamam falta de
divulgação são os que não aparecem, os que nada fazem em prol da literatura, e
muitas vezes é apenas uma presença numa tertúlia...
8 - Quais os projectos para o futuro?
Não faço projetos. Cada dia
que vivo é um projeto a concretizar. Escrever faz parte de mim e creio que a
cada dia o irei fazer para mim e por mim, se um dia serão obras ou não pouco me
importa. E irei sempre tentar com as minhas possibilidades dar a conhecer
autores, e viver o sonho de que o universo da escrita pode ser uma união e não
divisão.
9 - Sugira um autor e um livro!
Um só livro e um só autor é
pouco para sugerir. Há livros que me marcaram e autores que numa obra gostei
muito de ler e noutra já não aconteceu. Como é para responder vou deixar a
sugestão poética da obra de Al Berto “ O medo”.
10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem?
E como responderia?
O que faria se fosse
Ministra da cultura?
Claro que isto nunca seria
uma realidade por muitas razões e uma delas é que a politica não me seduz...se
fosse ministra tentaria que os livros fossem mais baratos sem tantas taxas de
IVA e lutaria para que as ajudas ao meio literário e cultural fossem como o são
noutras áreas, as desportivas por exemplo. Num país tão criativos, com tanta
arte não há por parte dos governantes a atenção devida e merecida. A arte e a
criatividades são marcos históricos e seria bom que fossem apoiados agora e não
só daqui a 100 anos como tem acontecido ao longo de todo o tempo...
Acompanhem, curtam e divulguem esta e outros autores através deste link
Viver um dia de cada vez, cada dia novas aventuras e oportunidades, como se nascêssemos nesse dia e ao mesmo tempo partíssemos
ResponderEliminarBeijinhos lindo coração,