Desci aquela
fila de comes e bebes, misturada com livros de toda a espécie, desde infantis,
passando pela ficção, sem esquecer a poesia e também os eróticos.
Editoras e
livros misturados com sabores entrelaçados com gente, com muita gente que quase
se empurrava para seguir em frente. Raros eram os que paravam e mais raros
ainda os que compravam um livro, no entanto, nos espaços das editoras estavam
autores de caneta a postos para o primeiro autógrafo.
Também lá
estavam os autores conceituados, com nome na praça, esses, alguns, até tinham
que usar a caneta e autografar com amizade, quem nem sequer conheciam, apenas
naquele momento, tinham adquirido um livro seu, a preço de feira, que para os
outros, aqueles que pagam para editar, até era um custo mais baixo que os
próprios, os autores da obra, tinham pago pela mesma. Enfim.
Dei a volta,
entrei na outra fila e o espectáculo era o mesmo. Editoras, livros, autores, canetas,
hamburguers, cerveja, batatas fritas, gelados, uma verdadeira miscelânea de
saberes e sabores.
Outra fila e
tudo igual.
A antiga feira
do livro, onde os livros eram folheados, em que o seu cheiro era saboreado, em
que os livros eram escolhidos, e, na maioria das vezes, até eram comprados, já
não existe. Foi substituída por gente que passa correndo, de telemóvel numa mão
e na outra um shot, ou um cigarro.
Aonde fica a
leitura?!
Aonde fica a
cultura?!
MARIA ANTONIETA OLIVEIRA
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