INCONGRUÊNCIAS
DA VIDA
Nunca gostei que
me dessem ordens, no entanto, tive que obedecer à minha mãe até aos meus vinte
e um anos, quando casei. Bem, isto não interessa, ou talvez interesse, depende
da interpretação.
Enquanto
estudei, “obrigaram-me” a ler Júlio Dinis, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa,
Camões, entre muitos outros. Fui mesmo obrigada a ler.
Não gostava de
ler. Durante muitos anos, não gostei de ler. Porém, com quinze anos já escrevia
os meus poemas, desabafos e paixões, sentires e recordações.
Escrevi, escrevo
e quero continuar a escrever.
Quero que os
jovens me leiam.
Quero que os
adultos me leiam.
Quero que em
cada idade me interpretem à sua maneira.
Sim, quero que
me leiam.
Gosto que me
leiam, sem obrigação de o fazerem.
Pois é, gosto
que me leiam.
Nota – Ainda
hoje, não gosto de cumprir ordens.
MARIA ANTONIETA OLIVEIRA
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