Agradecemos à autora LÍGIA SÁVIO a disponibilidade em responder ao nosso questionário
1 - Como se define enquanto autor e pessoa?
Uma
andarilha da vida que busca ampliar sua consciência através das palavras e quem
sabe, com isso, atingir seus companheiros de jornada. Junto com todos na mesma
barca, o que surge pra mim, como ser humano, é isso: criar e partilhar,
produzir e espalhar.
2 - O que a inspira?
Qualquer
coisa. Uma cena de rua, uma história que alguém me contou, coisas que
aconteceram comigo ou surgidas em sonho, dores, amores. Pra quem vive e respira
palavras, tudo pode virar literatura.
3 - Existem tabus na sua
escrita?
Não.
4 - Que importância dá às antologias e colectâneas?
São
importantes para divulgar o trabalho de escritores ou até já publicados e até
pelo contato e conhecimento entre os autores. Minha primeira publicação foi
numa antologia independente lançada aqui em Porto Alegre, Teia Contos e
Poesias, organizada em várias reuniões de todos que pretendiam participar. Ali
conheci pessoas com quem me relaciono até hoje , numa troca literária e de
convivência rica.
5 - Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?
No
facebook, várias vezes encontrei os primeiros leitores de poemas meus. O papel
das redes sociais é importantíssimo. Ali se tem divulgação e recepção instantânea
de nosso trabalho até do exterior, assim como se fica conhecendo outros autores
e trocando impressões sobre nossos trabalhos. Grupos de estudos , de leituras e
cursos podem ser feitos pelas redes sociais, o que significa um avanço enorme
no alcance da literatura
6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da
escrita?
Universo
da escrita... O ato de escrever traz dor e prazer ao mesmo tempo. É minha
maneira de estar neste mundo louco e de tentar equilibrar-me dentro dele.
Negativo no universo da escrita é que nossas obras passam por um sistema de
circulação dentro de uma sociedade capitalista na qual tem mais voz, muitas
vezes, autores conhecidos e que vendem mais. Aí entra o papel importante,
positivo das editoras independentes , que vão se impondo e apostando em novos
escritores Negativas são também as panelinhas literárias, a fogueira das
vaidades.
7 - O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?
Que
as editoras façam boas distribuições do que é editado. E que o autor também se
disponha a esta divulgação, participando de encontros, lançamentos, saraus,
entrevistas, enfim, de todos os tipos de eventos literários que possam divulgar
seu livro.
8 - Quais os projectos para o futuro?
Continuar
a andar, escrever, viver.
9 - Sugira um autor e um livro!
Dois
, um estrangeiro e um nacional : “Ao Farol”, de Virginia Woolf e “Grande
Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa.
10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como
responderia?
As que sempre me coloco. O que a gente faz neste mundo, por exemplo. Não
haveria, não há respostas e sim suposições, outras perguntas e diálogos
infinitos comigo mesma e com outros andarilhos curiosos.
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