Quando finalmente decidimos abrir os
cordões à bolsa, e editamos o primeiro livro, enviamos convites para todos os
familiares, alguns nem sequer sabiam que escrevíamos, convites para os amigos,
para os vizinhos, só não enviamos para o cão e para o gato, porque lhes está
interdita a entrada. Escusado será dizer que a maioria não aparece, alguns nem
se dão ao trabalho de responder, no entanto, no dia da apresentação,
conseguimos olhar em frente e ver muitas caras conhecidas. E, quando não se vendem
os tais cem livros que fomos “obrigados” a comprar, depressa os vendemos, ou
oferecemos a quem vai aparecendo e se candidata a um exemplar, e nós,
acanhados, lá escrevemos uma dedicatória, e não cobramos, porque afinal, a
pessoa até está a ser simpática em querer ler o que escrevemos.
Uns tempos depois, surge a conversa,
está na hora de editares o segundo livro, pensas, ponderas e decides, ok,
porque não, até nem foi difícil vender os cem do primeiro livro.
Surge o dito, pagas, envias os convites
para a malta toda e aguardas, na convicção de que desta vez vão aparecer muitos
mais, pois já conhecem a tua obra. Ilusão, ou inocência. Até podemos ter a sala
composta, mas, a tia levou a vizinha, a prima levou o namorado, quem nem sequer
conhecíamos, e, por aí fora, só metade, ou nem isso, é que compram. Bem, lá vão
os restantes dos cem, para a tal prateleira de que já falei numa outra crónica,
até os conseguirmos “despachar”.
Ainda há quem insista e persista, na
ilusão de um dia vender os tais cem e muitos mais, no dia da apresentação.
Claro que me refiro aos tais autores
desconhecidos, que pagam para editar. Evidente que há excepções.
MARIA ANTONIETA OLIVEIRA
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