quinta-feira, 5 de abril de 2018

AS CRÓNICAS DA AVÓZITA... ILUSÃO



Quando finalmente decidimos abrir os cordões à bolsa, e editamos o primeiro livro, enviamos convites para todos os familiares, alguns nem sequer sabiam que escrevíamos, convites para os amigos, para os vizinhos, só não enviamos para o cão e para o gato, porque lhes está interdita a entrada. Escusado será dizer que a maioria não aparece, alguns nem se dão ao trabalho de responder, no entanto, no dia da apresentação, conseguimos olhar em frente e ver muitas caras conhecidas. E, quando não se vendem os tais cem livros que fomos “obrigados” a comprar, depressa os vendemos, ou oferecemos a quem vai aparecendo e se candidata a um exemplar, e nós, acanhados, lá escrevemos uma dedicatória, e não cobramos, porque afinal, a pessoa até está a ser simpática em querer ler o que escrevemos.

Uns tempos depois, surge a conversa, está na hora de editares o segundo livro, pensas, ponderas e decides, ok, porque não, até nem foi difícil vender os cem do primeiro livro.

Surge o dito, pagas, envias os convites para a malta toda e aguardas, na convicção de que desta vez vão aparecer muitos mais, pois já conhecem a tua obra. Ilusão, ou inocência. Até podemos ter a sala composta, mas, a tia levou a vizinha, a prima levou o namorado, quem nem sequer conhecíamos, e, por aí fora, só metade, ou nem isso, é que compram. Bem, lá vão os restantes dos cem, para a tal prateleira de que já falei numa outra crónica, até os conseguirmos “despachar”.

Ainda há quem insista e persista, na ilusão de um dia vender os tais cem e muitos mais, no dia da apresentação.

Claro que me refiro aos tais autores desconhecidos, que pagam para editar. Evidente que há excepções.

MARIA ANTONIETA OLIVEIRA

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