Nas minhas andanças
entre poetas, saraus e movimentos poéticos, percebia sempre os grupos que se
formavam e que com o tempo ficavam cada vez mais fechados em si mesmos. Por
essência sempre fui de agregar, quanto mais mentes pensantes, quanto mais
energias e trocas, mais o enriquecimento e sucesso de qualquer tipo de
iniciativa. Em todos os eventos feitos pela IN-FINITA no Brasil, independente
de ser poesia, literatura, música, urbanismo, filosofia, política, cinema,
entre outros, fazia questão de misturar perfis, convidando pessoas de diversos
espaços e provocar a integração de todos. A fórmula deu muito certo, eram aqueles
sábados com quarenta a cinquenta pessoas, trocando ideias e afetos, e só deixou
de acontecer, porque os ventos levaram-me por outros caminhos e não tive
sucessores para dar continuidade ao projeto Circuito das Artes, em Teresópolis,
cidade serrana do Rio de Janeiro. Passei algum tempo direcionando as minhas
energias para outros segmentos da minha vida, e participava como ouvinte ou arriscando
ler uma ou outra poesia, naqueles grupos fechados, que sempre me acolheram
imensamente bem, mas que repetiam sempre as mesmas pessoas, e ouvia algumas a
comentar, como se houvesse competição que o grupo fulano de tal, fez um evento
e tinha tantas pessoas. Comecei a perceber que havia sim, competitividade entre
eles e a presença desse ou daquele era
disputada e que as ausências também incomodavam, e muito. E inevitavelmente os
grupos se formam, devido às presenças continuadas, que também acho benéfico,
mas sem rótulos ou exigências. Acredito e sempre incentivei a liberdade de ir e
vir, circular, por onde se deseja, independente de tribos, grupos ou
movimentos. A poesia é arte e não pode ser restrita ou rotulada, assim como o
autor, nas suas diversas formas de interagir e expressar. Não olho a grama
verde do vizinho, até por que estou preocupada em regar a minha e isso ocupa-me
imenso tempo, e continuo com o pensamento e atitudes de sempre: espalhar sementes, criar pontes, divulgar e
agregar, e para isso, não há portas ou janelas semi-abertas. Estão todas
escancaradas, (como sou, na vida pessoal e profissional, com um sorriso no
rosto, alma exposta), e a certeza de que a união faz a força e a poesia é o fio
condutor para enriquecer a cultura entre os tempos e unir as pessoas, pelo
menos nas manhãs de sábado, onde acontecem os eventos no Palácio Baldaya. E é
nesse pensamento agregador que os nossos eventos em Lisboa estão sempre de
portas abertas para quem quiser chegar: autores e leitores. É uma provocação
que fazemos: saia de trás das redes sociais e venha olhar nos olhos, e transbordar
a sua poesia, interagindo e integrando-se. Ou apenas, participando. Convide
amigos. Acreditamos no encontro, e não há nada mais aconchegante para a alma,
do que estar em um ambiente que nos acolhe e traz alegrias. Temos esse espaço,
esperando por qualquer pessoa, que queira apenas, ser.
Nota: Os eventos da
IN-FINITA são gratuitos e acontecem a cada 15 dias, aos sábados, das 11:00 às
12:30 na Biblioteca do Palácio Baldaya, em diversas temáticas. E temos um
espaço para o autor expor, vender e divulgar seus livros, na mini feira,
durante os eventos.
DRIKKA INQUIT
E o trabalho é feito com amor e atenção, essa é a mensagem, com certeza.
ResponderEliminarGrata Emmanuel Almeida pelo comentário e apoio aos nossos projetos.
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