quinta-feira, 22 de março de 2018

EU FALO DE... DESCULPAS DE SEMPRE



Todos sabemos que a vida é cheia de imponderáveis e surpresas de última hora. E como todos têm consciência desta possibilidade, não raras vezes (para ser simpático e não dizer "demasiadas vezes"), usam-na como desculpa para justificar ausências.

Não é a primeira vez que falo deste tema e, em todas as outras vezes, dei o exemplo de alguém que me pergunta: "Para quando o próximo livro?" e sempre que lanço um (já foram oito) morre-lhe um familiar. Inclusive, já lhe transmiti que estou seriamente a pensar deixar de editar para evitar que fique só neste mundo. Mas essa história já é por demais conhecida e o propósito deste texto é outro.

Recentemente estive no lançamento da obra colectiva VOZES IMPRESSAS, coordenada por Adriana Mayrinck, e pude constatar que na plateia, de mais ou menos 50 pessoas, estavam menos de metade dos autores participantes, mas com uma peculiaridade que não podia deixar de comentar.

Tal como referi na minha intervenção, de apresentação da obra, é muito interessante, e revelador, ver gente que se deslocou, de Tomar, Gaia e Matosinhos, até Lisboa, para interagir com outros autores pouco mais de hora e meia, e regressar, enquanto a maioria, que reside próximo da zona onde o evento foi realizado, fez questão de não aparecer.

Como referi, na introdução deste texto, há sempre imponderáveis e todos estamos sujeitos a imprevistos, mas também não deixa de ser verdade que, excepções à parte, os ausentes foram os mesmos de sempre.

Existem hábitos que dificilmente mudarão, tal como as desculpas para justificar ausências. O tempo nunca é adequado, a hora é sempre imprópria, o local não é o melhor, etc. Quem melhor que os de Tomar, Gaia e Matosinhos para dar razão a essas desculpas!

MANU DIXIT

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