Todos sabemos que a vida é cheia de imponderáveis e
surpresas de última hora. E como todos têm consciência desta possibilidade, não
raras vezes (para ser simpático e não dizer "demasiadas vezes"),
usam-na como desculpa para justificar ausências.
Não é a primeira vez que falo deste tema e, em todas
as outras vezes, dei o exemplo de alguém que me pergunta: "Para quando o
próximo livro?" e sempre que lanço um (já foram oito) morre-lhe um
familiar. Inclusive, já lhe transmiti que estou seriamente a pensar deixar de
editar para evitar que fique só neste mundo. Mas essa história já é por demais
conhecida e o propósito deste texto é outro.
Recentemente estive no lançamento da obra colectiva
VOZES IMPRESSAS, coordenada por Adriana Mayrinck, e pude constatar que na
plateia, de mais ou menos 50 pessoas, estavam menos de metade dos autores
participantes, mas com uma peculiaridade que não podia deixar de comentar.
Tal como referi na minha intervenção, de apresentação
da obra, é muito interessante, e revelador, ver gente que se deslocou, de
Tomar, Gaia e Matosinhos, até Lisboa, para interagir com outros autores pouco
mais de hora e meia, e regressar, enquanto a maioria, que reside próximo da
zona onde o evento foi realizado, fez questão de não aparecer.
Como referi, na introdução deste texto, há sempre
imponderáveis e todos estamos sujeitos a imprevistos, mas também não deixa de
ser verdade que, excepções à parte, os ausentes foram os mesmos de sempre.
Existem hábitos que dificilmente mudarão, tal como as
desculpas para justificar ausências. O tempo nunca é adequado, a hora é sempre
imprópria, o local não é o melhor, etc. Quem melhor que os de Tomar, Gaia e
Matosinhos para dar razão a essas desculpas!
MANU DIXIT
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