Agradecemos à autora CASSIA CASSITAS a disponibilidade em responder ao nosso questionário
1
- Como se define enquanto autor e pessoa?
Sou
uma curiosa que adora um bom papo. Vivo cercada de gente e de livros. Fui
menina de pé vermelho do norte pioneiro do Paraná, uma região quente e
ensolarada muito diferente da Curitiba que me acolheu e aprendi a amar. Lá,
adquiri o hábito de ler. Aqui, finquei raízes e palavras para voar pelo
mundo.
2
- O que o inspira?
O
que vejo, o que leio, o que vivo. Se algo fisga minha atenção, começo
estudar para poder discutir. E muitas
vezes a melhor maneira de discutir é pesquisar, escrever, revisar, repensar.
Minhas especializações em tecnologia da informação, didática do ensino superior
e filosofia revelam um pouquinho do que os leitores encontram nos meus textos.
Há ciborgues, bolhas econômicas, reflexões sociais e muita emoção.
3
- Existem tabus na sua escrita? Porquê?
Tenho
dificuldade com verdades enclausuradas em “sempre” e
“nunca”. A certeza é reducionista, é o
ponto final. Eu escrevo para sacudir as verdades que carregamos dentro de nós,
e que de certa forma nos sustentam.
Gosto de pensar que, ao trazer à tona perspectivas diversas, meus livros
movimentam ideias. Semeio dúvidas para ampliar as possibilidades do leitor e,
quem sabe, levá-lo ao “talvez”.
4
- Que importância dá às antologias e colectâneas?
A
antologia é uma ótima apresentação de uma comunidade, de um tema, de um
movimento sociocultural. Participar de
uma coletânea equivale a se sentar em uma roda de leitura em que todos os
leitores escrevem. As ideias circulam, ganham adeptos e contrapontos. Isso é
maravilhoso.
5
- Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?
Minha
primeira publicação, o ensaio Domingo O Jogo ficou várias semanas entre
os livros eletrônicos mais vendidos em 2011 no Brasil. Atribuo esse resultado à divulgação que as
redes proporcionam. O romance Fortuna a saga da riqueza na versão em
inglês Saga of Wealth conquistou leitores em vários países através das
redes e me permitiu lançar o romance Riding antes de sua versão em
português O menino que pedalava. Por ser um ambiente em constante
transformação, exige atenção e inovação a todo momento. Há muito o que se
fazer. Estou sempre experimentando algo novo.
6
- Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita?
Escrever
é materializar, compartilhar. Quando sopramos palavras ao vento, como saber onde
elas chegarão? Somos responsáveis pelas mensagens e pelo uso que fazemos do
idioma. O modelo de comunicação escrita que os celulares e as redes sociais nos
oferece é uma oportunidade muito positiva para instigarmos as pessoas a saberem
mais sobre as coisas. Por outro lado, ao desprezar os recursos que a língua nos
proporciona e subestimar o alcance do que se escreve podemos chegar ao
resultado oposto: tornar a leitura insossa e afastar de vez potenciais
leitores.
7
- O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?
A
proximidade com seu público. Onde estão os leitores de literatura? Qual a rede
social dos economistas? Quem está interessado em HQ’s? As ações de divulgação
devem levar em consideração questões como estas. As obras norteiam a trajetória,
mas o trabalho de um autor deve ir além de uma lista de títulos publicados. O
leitor gosta da proximidade.
8
- Quais os projectos para o futuro?
Estou
iniciando um curso de mestrado em cinema, o que deve me manter bastante ocupada
nos próximos dois anos. Estou terminando meu próximo romance, e ainda este ano
publicarei uma peça de teatro, uma obra em francês, e um livro de contos.
9
- Sugira um autor e um livro!
Os
Miseráveis, de Victor Hugo, sempre. Das minhas leituras
recentes, A sociedade dos sonhadores involuntários de João Eduardo
Agualusa.
10
- Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Gostaria
que me perguntassem: “Quer publicar seus textos no meu país?”. Minha resposta
seria: “Sim, com prazer!”.
Acompanhem, curtam e divulguem esta e outros autores através deste link
Li com interesse a sua entrevista e gosteis de saber que tem uma relação muito estreita com a literatura que trata com muita deferência, como sendo a razão do seu viver, com que me identifico plenamente.
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