Nesse
tempo de pós-verdade, um conceito que não apenas se restringe a assuntos
relacionados, mas que também mistura-se no cotidiano de todos nós, incentivado
pelos espaços virtuais que abrem caminho para a exposição de opiniões e crenças
pessoais criando um palco sem limites para todos os tipos de comentários. O
limiar tênue entre a razão, a coerência, o ego, a auto promoção e a vaidade
misturam-se com o fato em si, e em um bailado interessante, às vezes até
cômico, e deveras preocupante, pessoas falam e fazem o que querem, invadindo
sem respeito a opinião ou atitude alheia, sem ao menos aprofundarem-se no
assunto, ou no mínimo, a sensatez para ler o que está escrito. As emoções
exacerbadas, acredito que por frustrações ou necessidade de se fazer aparecer, leva
pessoas que nas imagens divulgadas, com livros e prêmios, parecem mais um ser
desesperado por se fazer notar, com comentários despropositados e totalmente
descabidos. Observo de perto e também com uma certa distância essa atuação com uma
sensação de que algo não faz sentido, e que a literatura e tudo o que a ela se
relaciona, deveria ser tratada com uma certa reverência, postura e
profissionalismo. E como faço parte desse universo da escrita, e como
profissional, analiso o mercado, perfis e condutas de autores e editoras,
muitas perguntas sem respostas habitam meus pensamentos, nesse espetáculo em
que o que é certo ou errado, sensato ou inconsistente, foge totalmente das
regras que se imagina de atuação profissional. E com isso, fico a refletir,
sobre como caminha a humanidade, com as novas gerações habituadas a essas cenas
de hipocrisia e pós verdade, onde cada um, de acordo com suas emoções tenta
ocupar espaços, seja ao custo que for. Como sempre defendi que roupa suja se
lava em casa e que determinados assuntos se discute entre quatro paredes, fico
perplexa ao amanhecer vendo uma senhora para lá da meia idade, lavando roupa
suja no facebook, e o que é pior, contra ela mesma, tentando contaminar quem
estivesse por perto e denegrir o trabalho alheio, pois como não a conheço, foi a impressão que
tive. E lamento mais ainda, pois se diz autora premiada, com vários livros e
participações, e tive o desprazer de saber da sua existência não pelas obras
que espero que sejam um contributo para cultura, no qual perdi totalmente o
interesse de ler, mas sim, por não saber utilizar uma rede social para seu
benefício, pois se existe a possibilidade do privado, é nítido que o tumulto
que a senhora quis provocar, é uma mera tentativa de se auto promover, da pior
forma. O mercado está cheio de lobos com pele de ovelha, de camuflagens e
máscaras, de sorrisos e facas, como sempre foi, mas que hoje, é disseminado
incontrolavelmente pela vitrine que invade nosso dia a dia e que, se não nos
distanciarmos, e apurarmos os fatos com cautela e uma percepção lógica e justa,
vamos sempre confundir gato por lebre.
DRIKKA INQUIT
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