NEM TODOS OS AMORES CRESCEM... abranda, inquieta,
desperta, seduz, questiona, busca e mergulha a fundo em todas as vertentes e
possibilidades de sentir o amor.
A procura, o êxtase, a cumplicidade, a serenidade, o
encontro, a conexão, a desilusão, a descoberta, os preconceitos, a loucura, o
interesse, a fusão, o sexo, o desespero, a indiferença, a ironia, o descaso, a
violência, a solidão. Todas essas palavras bailam implícitas ou explícitas no
romance quase poético de André Marques. O uso constante das metáforas, o
lirismo nas figuras de imagem, que passam bailando por nossos olhos, consumidos
na leitura, nos conduzem para enredos que falam da alma humana e todos os
dissabores e encantamentos que só esse sentimento nos leva a vivenciar.
Um livro que fala de amor. De histórias de amor. De
pessoas que sentem amor. Aquelas que seguindo o conceito tradicional não se
enquadram no que chamamos de final feliz, mas que na sombra de nós, mexe e
instiga, fala de preconceitos, sensações e possibilidades de ser e viver o amor
e tudo o que ele provoca na antítese de si mesmo. E nos deixamos levar pela
leveza das palavras bem colocadas em frases curtas e pontuadas. Pela percepção
em olhar a si e o que está por trás do olhar do outro. As tramas provocadas pelas
escolhas, pelo destino, pelas consequências. Personagens que são espelhos de
nós. Gente que sente, que sonha, que sofre, que busca: A completude.
"As palavras culminam em ventania. E quem recebe
o ar agitado com agrado tem o pensar desobrigado. Na longa noite, preservo a
lua acima do meu nariz. Assemelho-me a um evidente aprendiz. (...) " André
Marques
E como um aprendiz, personagem e autor, aproximam-se
de nós, leitores, também peregrinos nas
vertentes do que o amor nos traz, nos aprisionamentos e cárceres que
construímos, seja no mito que herdamos em detrimento desse sentimento, ou na
libertação do nosso ser individual assumindo a des-construção do que fomos e
escolher, simplesmente, amar. NEM TODOS OS AMORES CRESCEM, é uma alquimia de
palavras, histórias, personagens, conflitos, substâncias e sentidos que fazem ou não
coerência na complexidade de se ver, sentir e viver o estado puro, cru, duro de
algo que não se domina, compreende, retém, mas se eterniza.
DRIKKA INQUIT
Sem comentários:
Enviar um comentário
Toca a falar disso