Tragédia
número 4
Quando
ele se casou achava que seria ou pensava que estaria casado a vida inteira ou
que seria para a vida inteira.
Ele
que se lembra no verbo lembra em primeira conjugação ar do substantivo
casamento. Ele que sabe que na raiz o substantivo casamento aponta para um
terreno com habitação instalada.
Ele
tomado pela palavra casamento em sua raiz casamentum. Ele sentado naquele
terreno com habitgação instalado a olho para um lado e para o outro e a pensar
na sua grande conquista. Ele que no fundo de sua alma queria o melhor para si e
para a tal esposa que o traiu friamente no verbo trair. Ela que disse que iria
esfriar ou ser indiferente ao mesmo caso ele não conquistasse mais bens
materias no substantivo vida que aqui pode funcionar como sinônimo de
existência.
Ele
que agora apresenta considerável protuberância abdominal devido ao fato de que
teve que engolir sapos durante toda sua existência. Ele que sente em seus
pesadelos os sapos entalados em sua garganta. Ele que em seus pesadelos noturnos
ouve do verbo ouvir alguém sussurrar em seus ouvidos a expressão popular- Uma
hora a cobra vai fumar-.
Ele
que já desconfiava da tal esposa faz tempo. Ele que já desconfiava da esposa
antes mesmo de se casar com a referida. Ele que nunca goitou do substantivo
traição. Ele que sabe que a tonicidade neste caso recai sobre última sílaba.
Ele
que recebe um telefone em sua nova casa de alguém que pergunta sobre sua mulher
adúltera. Ele que indaga ou pergunta ou quer saber de forma desesperado quem
está falando do outro lado da linha. O tal alguém enquanto pronome indefinido
que não quer se comprometer com nada. O tal alguém que desliga o telefone e que
não ousa ligar mais haja visa o fato de que,
Ele
que não tem coragem de comentar tal coisa dias antes do casamento.
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