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Perdoem-me
os que entendem como sendo derrota o fato de um candidato não ter sido eleito,
pois eu não entendo desta forma. Eu entendo como derrota as disputas esportivas
onde existe o confronto entre adversários que, através de golpes, gols etc..,
um terá que ser derrotado para que outro seja conclamado vencedor.
Já
o mesmo não se dá em uma disputa eleitoral. Em um pleito eleitoral eu entendo a
disputa como uma Maratona onde vários se inscrevem, um vence e os demais são
derrotados?
Ora,
numa disputa político eleitoral os 'adversários' são escolhidos através do
voto. O povo escolhe pela via do voto quem eles querem que ocupem os cargos.
Diante disso uns são eleitos para ocuparem os cargos enquanto que os demais por
não terem atingido o quantitativo de votos suficiente para o cargo ao qual
pleitearam não entraram. Foram, estes, derrotados?
Bem,
vamos a um exemplo:
Há
muito tempo deram ao povo o direito de, pelo voto, elegerem apenas um. Pela via
do voto, estes elegeram Barrabás. Jesus de Nazaré foi, então, derrotado?
Libertaram Barrabás e condenaram Jesus. Vocês, cristãos, seguem a um Libertador
ou a um derrotado?
E
quando Saul foi ungido pela vontade do povo?
"7
E disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não
te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre
eles."
Foi,
pois, Samuel derrotado?
Saul
foi eleito pela voz do povo. Deus foi derrotado?
Bem,
para concluir: derrotados são aqueles que se lançam a disputa pelo cargo através
de ilicitudes, pragmatismos, alianças espúrias, investimento comprometidos com
financiadores etc. mas os que participam da disputa eleitoral por questões
ideológicas sem se renderem, sem se curvarem, sem se dobrarem aos pés de quem
quer que seja para os adorar [E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me
adorares - Mateus 4: 9].... Não! Estes não são derrotados.
Bem,
eu não sou cristão. Eu não entendo de Deus, tampouco de Jesus, mas sei que não
vejo derrota em uma campanha que não tenha conquistado o número de votos
necessários. Mas creio naqueles que tenham ido ás ruas com a verdade de seus
ideais. Creio naqueles que tenham defendido suas teses não com a concretude de
suas convicções, mas movidos pelo que move a natureza e tudo que nela há, a saber;
O AMOR!
Eu
não creio em derrotas. As ruas, praças, becos, jardins, matas, praias, as
noites e as manhãs são as metas - espaços para se semear/produzir/trabalhar
utopias.
As
manhãs podem demorar a sorrir, mas jamais serão mortas!
E
o sangue, já tanto deitado em barro, fara brotar do chão - ressuscitados; o
espírito do SOL novo... O beijo esplendido da LIBERDADE que por toda a VIDA se
fará plena... Sobejará.
Saudações
utópicas
Sobre o autor:
Paulo de
Carvalho, escritor e poeta, com dois livros publicados.
Nascido no ano
de 1955, na cidade de Niterói, RJ, iniciou desde cedo suas incursões no cenário
artístico-cultural.
Atualmente
dedica-se ao seu trabalho como Designer Gráfico/Diagramador e editor.
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