domingo, 5 de novembro de 2017

FALA AÍ BRASIL... PAULO DE CARVALHO - II

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Perdoem-me os que entendem como sendo derrota o fato de um candidato não ter sido eleito, pois eu não entendo desta forma. Eu entendo como derrota as disputas esportivas onde existe o confronto entre adversários que, através de golpes, gols etc.., um terá que ser derrotado para que outro seja conclamado vencedor.

Já o mesmo não se dá em uma disputa eleitoral. Em um pleito eleitoral eu entendo a disputa como uma Maratona onde vários se inscrevem, um vence e os demais são derrotados?

Ora, numa disputa político eleitoral os 'adversários' são escolhidos através do voto. O povo escolhe pela via do voto quem eles querem que ocupem os cargos. Diante disso uns são eleitos para ocuparem os cargos enquanto que os demais por não terem atingido o quantitativo de votos suficiente para o cargo ao qual pleitearam não entraram. Foram, estes, derrotados?

Bem, vamos a um exemplo:

Há muito tempo deram ao povo o direito de, pelo voto, elegerem apenas um. Pela via do voto, estes elegeram Barrabás. Jesus de Nazaré foi, então, derrotado? Libertaram Barrabás e condenaram Jesus. Vocês, cristãos, seguem a um Libertador ou a um derrotado?

E quando Saul foi ungido pela vontade do povo?

"7 E disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles."

Foi, pois, Samuel derrotado?

Saul foi eleito pela voz do povo. Deus foi derrotado?

Bem, para concluir: derrotados são aqueles que se lançam a disputa pelo cargo através de ilicitudes, pragmatismos, alianças espúrias, investimento comprometidos com financiadores etc. mas os que participam da disputa eleitoral por questões ideológicas sem se renderem, sem se curvarem, sem se dobrarem aos pés de quem quer que seja para os adorar [E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares - Mateus 4: 9].... Não! Estes não são derrotados.

Bem, eu não sou cristão. Eu não entendo de Deus, tampouco de Jesus, mas sei que não vejo derrota em uma campanha que não tenha conquistado o número de votos necessários. Mas creio naqueles que tenham ido ás ruas com a verdade de seus ideais. Creio naqueles que tenham defendido suas teses não com a concretude de suas convicções, mas movidos pelo que move a natureza e tudo que nela há, a saber; O AMOR!

Eu não creio em derrotas. As ruas, praças, becos, jardins, matas, praias, as noites e as manhãs são as metas - espaços para se semear/produzir/trabalhar utopias.

As manhãs podem demorar a sorrir, mas jamais serão mortas!

E o sangue, já tanto deitado em barro, fara brotar do chão - ressuscitados; o espírito do SOL novo... O beijo esplendido da LIBERDADE que por toda a VIDA se fará plena... Sobejará.

Saudações utópicas

Sobre o autor:
Paulo de Carvalho, escritor e poeta, com dois livros publicados.
Nascido no ano de 1955, na cidade de Niterói, RJ, iniciou desde cedo suas incursões no cenário artístico-cultural.

Atualmente dedica-se ao seu trabalho como Designer Gráfico/Diagramador e editor.


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