Agradeço
à autora e amiga Mariete, o privilégio que me concedeu na altura, de ser a
primeira a ler o seu livro de poesia intitulado “Lótus Jasmim lado a lado”
É uma
honra que não mereço, faltam-me qualidades para tanto, para além do embrião que
nos une, há a admiração, cumplicidade e amizade que pela autora nutro, pois – e
como ela o bem sabe - sou toda feita de sentimentos que me impedem a distância
de uma apreciação impessoal.
Gosto
de todas as manifestações de arte. A poesia acima de todas, pois é certamente
na poesia que todas elas devem existir. É a que mais me fascina, e constitui a
alma da própria arte.
O
artista tem de ser essencial, fundamentalmente poeta. Se não o for, não terá
possibilidade de “pintar” uma obra sentida, uma obra emocionante, como a sua.
Precisa de atingir simultaneamente a beleza formal que nos deslumbra e encanta
e o conteúdo sublime do puro sentimento que perdura cá dentro. Mariete Lisboa
Guerra atingiu essa meta – Neste e na outra obra “Um dia Houve Poesia” que
falarei mais adiante -
Faltando-lhe
a essência poética, como poderá o poeta ser verdadeiramente poeta?
Sim,
porque tenho lido muitos poemas sem poesia ou poesia sem voz. Naturalmente que
o simples dom escrever não é um todo, é preciso que viva a emoção extra que nos
comove a cada estrofe. Mariete Lisboa Guerra guia-nos por palavras ao sorriso e
à lágrima, transmite-nos a serenidade e o assombro, num curto espaço de poemas
bem conseguidos. É a POESIA em harmonia com a POETA.
Há uma
constante harmonia e amor nas suas palavras – tão natural, pura e espontânea –
que o desejo da entrega é absoluto e humildemente, entrego-me no berço das suas
mãos, procurando o abraço da poesia.
Por
este motivo, sintamos profundamente a genuína poesia, este fluído misterioso e
metafórico, perfumado de amor, memórias, onde a MULHER e a CRIANÇA vivem em
cada página. Sintamos o embrião numa linha invisível que toca todos os poemas
deste livro. Eu lanço o apelo: Não pensem antes de o lerem, não pensem enquanto
o lêem. Não pensem de todo.
Se
existe obra onde o “artista” está inteiramente presente, esta é uma delas.
Sintam-na!
Aqui
descobrimos Mariete Lisboa Guerra como ela é de facto: uma poetisa genuína, um
coração GRANDE.
Sintam
e respirem a sinceridade transparente, o vislumbre da generosidade, a áurea da
piedade, a ânsia de justiça, a revolta contra a crueza dos homens e do próprio
destino, o desejo de atingir a perfeição na vida, a recordação, a viagem da
alma, do corpo e do espírito.
Quase
todos os seus poemas expressam esse drama íntimo, tão pungente para a sua
sensibilidade poética. Mas o mais comovente nos seus poemas, é que transcende a
sua própria dor, fazendo sua a dor alheia. A sua dolorosa experiência levou-me,
e muito certamente levará a todos que leiam esta maravilhosa escritora, a
compreender e a sentir até as mais trágicas minúcias da desventura sombria do
amor e dos sentidos.
Mesmo
quando parece falar somente de si, reflecte as inquietudes e angústias
espirituais destes nossos tempos. A obra “Lótus Jasmim lado a lado” é o
autêntico microfone do êxito ecoando nos ouvidos mais desatentos. Mariete
Lisboa Guerra é a poetisa das horas recolhidas, que ouve o que escreve e que
sonha inclusive em poesia. E que orgulho sinto por estar ao seu lado nesse
percurso, ontem, hoje e sempre.
A obra
“Lótus
Jasmim lado a lado” é para ler em sossego, numa comunhão de sentimentos
que o diário da vida raramente o permite, mas, que de tão
belo, assim o exige, e todos os bravos que o descubram, chorarão lágrimas de
reconhecimento pela preciosidade de nele se descobrirem. Deposito todas as
minhas crenças nas suas palavras.
Parafraseando
Alberto Caeiro
A mim este sol, estes prados, estas flores
contentam-me.
(Heterónimo de Fernando Pessoa)
Para a obra
“Lótus Jasmim lado a lado”
Mariete
Lisboa Guerra
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