Um
fato curioso chamou a minha atenção nos últimos dias. Devido ao meu trabalho e
a exposição continuada nas redes sociais, resolvi dar um tempo off para descansar
e dar atenção a outros aspectos da minha vida... dois dias sem acessar o face,
uma amiga perguntou o que aconteceu... essa pelo menos ainda lembrou de enviar
um SMS... pois, também deixei de responder ao whatssap. Ou simplesmente esqueceram
de mim, como se eu fosse apenas mero personagem virtual. Lembrei que o celular
é um telefone e o meu, há tempos deixou de tocar. Somos condicionados a
curtidas e comentários e ausentar-se significa ignorar ou dar pouco atenção
aqueles habituados a lhe ver diariamente , mesmo que sem uma palavra trocada. E
entram em greve, como que se colocado de “castigo pela ausência”, perde-se
curtidores , seguidores, e até amigos.
E
o mais interessante, como deixei de acompanhar as últimas postagens, me percebi
em uma ilha deserta, totalmente desatualizada das conversas, eventos e
discussões. O tempo é regido por segundos, as informações são processadas em
velocidade quase da luz e não estar presente significa, isolamento total e
desencontros.
As
novas gerações crescem envolvidas nessa era virtual e mal tiram os olhos da
tela, e esqueceram de que relacionamento também se faz olho no olho, e que
marcar um encontro além da tela para rir e conversar é um dos melhores momentos
do dia.
Cresci
e vivi até bem pouco tempo atrás sem celular e muito menos internet, e pelo que
lembro, todos se encontravam e
compartilhavam a vida, talvez de uma maneira bem mais reservada, mas acredito,
mais saudável.
Nada
contra o avanço tecnológico que contribui imensamente para facilitar a vida
profissional e pessoal, encurtar distâncias e enriquecer-nos de informações e
facilidades diárias. Contribuições e movimentações sociais, ponto agregador e
facilitador em diversos aspectos do nosso cotidiano e interação mundial, sem
dúvida, hoje, indispensável.
Mas
ainda sinto falta do tempo das interações via e-mails e blogues, bem mais
restritivos, mas muito mais fáceis de manter-se presente. Gosto de caminhar
olhando o que tem ao meu redor, de falar com as pessoas, tocar, sentir o sol e
o tempo no seu ritmo... em compasso com a vida que passa e seus acontecimentos
menos imediatos, como chegar em casa e ler um jornal , marcar encontros em
cafés e conversar percebendo expressões e sinais corporais.
Esse
tempo em que passamos a ser uma foto e sessões de postagens, é algo que jamais
vou me habituar.
DRIKKA INQUIT
Sem comentários:
Enviar um comentário
Toca a falar disso