segunda-feira, 11 de setembro de 2017

EU FALO DE... LIVROS VERSUS E-BOOKS

No outro dia alguém me disse, e com muita graça, que um dos factores que levam tanta gente a querer ter um livro editado está no que foi profetizado há alguns anos sobre o tempo de vida dos livros em formato de papel.

Lembro-me perfeitamente que, com o aparecimento e rápida expansão das redes sociais, alanvancados pela evolução tecnológica, muita gente achou que o fim do livro, tal como o conhecemos, estaria perto e seria inevitável.

Não sei se esse dia chegará. Sei é que ainda não chegou e não creio que isso venha a acontecer a breve prazo.

Seja como for, e pegando um pouco na importância/influência das tecnologias no objecto livro, gostaria de tecer algumas considerações.

Em primeiro lugar, como afirmei diversas vezes, em momentos distintos, creio que há mais benefícios que prejuízos com a introdução das novas tecnologias, ao dispor dos autores.

Enquanto autor, sou a favor da utilização de todos os meios que permitam uma maior e melhor divulgação do meu trabalho. Não me choca ver os meus livros também disponíveis em versão e-book.

Já enquanto leitor, perdoem-me os menos conservadores, não consigo ser fã dos suportes digitais que vieram tentar substituir o livro físico. A minha paixão pelos livros surgiu não só pelos conteúdos mas também pelo toque e pelo cheiro. E isso não há e-book que nos consiga proporcionar.

Neste aspecto sou um leitor à moda antiga mas, como nem tudo em mim sofre de conservadorismo, vou fazer uma analogia entre duas actividades que gosto muito: ler e sexo.

Tal como no sexo, o prazer de um bom livro está também na possibilidade de juntarmos, à emoção, os toques e sentirmos o cheiro. Nos livros, tal como no sexo, há a emoção de tocar as páginas imaculadas de um livro novo ou as páginas envelhecidas de um muitas vezes lido. Tal como no sexo, os livros permitem-nos sentir diferentes texturas, diferentes emoções... e tudo isso proporcionado pelos toques e pelo cheiro.

O e-book está para o livro como alguns gadgets estão para o sexo... os aparelhos até podem ser bons e proporcionar momentos de prazer mas convenhamos, não é a mesma coisa. Os e-books, quanto muito, são frios ao toque e cheiram a plástico. Falta-lhes textura. Não há diferença entre um e-book novo e um lido imensas vezes, nada os diferencia.

Tal como no sexo, também nos livros, eu prefiro o original e não a versão tecnológica.

MANU DIXIT

5 comentários:

  1. Como tu, sou uma leitora "do antigamente", concordo com as tuas palavras.

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  2. Muito bom, concordo com você, Manu. Acho que outras ferramentas estão valendo, numa viagem, por exemplo, mas sim, nada substitui o livro. Pegar, marcar, riscar, ir voltar e sentir as folhas entre os dedos. Ahhhh. Depois deixar na cabeceira da cama. Nada substitui esse prazer. Um dia disseram que o jornal acabaria com a chagada do rádio, depois da TV e por aí vai, mas até hoje as pessoas compram jornais, com internet, rádio, TV e o que for. Como disse, apenas mais ferramentas escolhidas de acordo com a ocasião e gosto de cada um. parabéns pelo texto. Nota 1000.

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    1. Grato pela visita comentada... E esperando mais textos seus.

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  3. Para ambos os suportes o perigo existe. Um apagão tecnológico leva tudo tal como uma enxurrada. Concordo com o texto. Obrigada.

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