No outro dia alguém me disse, e com muita graça, que
um dos factores que levam tanta gente a querer ter um livro editado está no que
foi profetizado há alguns anos sobre o tempo de vida dos livros em formato de
papel.
Lembro-me perfeitamente que, com o aparecimento e
rápida expansão das redes sociais, alanvancados pela evolução tecnológica,
muita gente achou que o fim do livro, tal como o conhecemos, estaria perto e
seria inevitável.
Não sei se esse dia chegará. Sei é que ainda não
chegou e não creio que isso venha a acontecer a breve prazo.
Seja como for, e pegando um pouco na
importância/influência das tecnologias no objecto livro, gostaria de tecer
algumas considerações.
Em primeiro lugar, como afirmei diversas vezes, em
momentos distintos, creio que há mais benefícios que prejuízos com a introdução
das novas tecnologias, ao dispor dos autores.
Enquanto autor, sou a favor da utilização de todos os
meios que permitam uma maior e melhor divulgação do meu trabalho. Não me choca
ver os meus livros também disponíveis em versão e-book.
Já enquanto leitor, perdoem-me os menos conservadores,
não consigo ser fã dos suportes digitais que vieram tentar substituir o livro
físico. A minha paixão pelos livros surgiu não só pelos conteúdos mas também
pelo toque e pelo cheiro. E isso não há e-book que nos consiga proporcionar.
Neste aspecto sou um leitor à moda antiga mas, como
nem tudo em mim sofre de conservadorismo, vou fazer uma analogia entre duas
actividades que gosto muito: ler e sexo.
Tal como no sexo, o prazer de um bom livro está também
na possibilidade de juntarmos, à emoção, os toques e sentirmos o cheiro. Nos
livros, tal como no sexo, há a emoção de tocar as páginas imaculadas de um
livro novo ou as páginas envelhecidas de um muitas vezes lido. Tal como no
sexo, os livros permitem-nos sentir diferentes texturas, diferentes emoções...
e tudo isso proporcionado pelos toques e pelo cheiro.
O e-book está para o livro como alguns gadgets estão
para o sexo... os aparelhos até podem ser bons e proporcionar momentos de
prazer mas convenhamos, não é a mesma coisa. Os e-books, quanto muito, são
frios ao toque e cheiram a plástico. Falta-lhes textura. Não há diferença entre
um e-book novo e um lido imensas vezes, nada os diferencia.
Tal como no sexo, também nos livros, eu prefiro o
original e não a versão tecnológica.
MANU DIXIT
Como tu, sou uma leitora "do antigamente", concordo com as tuas palavras.
ResponderEliminarMuito bom, concordo com você, Manu. Acho que outras ferramentas estão valendo, numa viagem, por exemplo, mas sim, nada substitui o livro. Pegar, marcar, riscar, ir voltar e sentir as folhas entre os dedos. Ahhhh. Depois deixar na cabeceira da cama. Nada substitui esse prazer. Um dia disseram que o jornal acabaria com a chagada do rádio, depois da TV e por aí vai, mas até hoje as pessoas compram jornais, com internet, rádio, TV e o que for. Como disse, apenas mais ferramentas escolhidas de acordo com a ocasião e gosto de cada um. parabéns pelo texto. Nota 1000.
ResponderEliminarGrato pela visita comentada... E esperando mais textos seus.
EliminarPara ambos os suportes o perigo existe. Um apagão tecnológico leva tudo tal como uma enxurrada. Concordo com o texto. Obrigada.
ResponderEliminarGrato pela visita comentada.
Eliminar