Entrevista conduzida por Adriana Mayrinck, correspondente de autores brasileiros.
1 - Quem é a Anapuena Havena? Como você se define como
autora e como se dá o processo criativo?
Sou uma autora que apenas deseja difundir o
conhecimento e a nossa cultura. Este é o motivo de todos os meus livros terem
temática histórica, incluindo o infantil.
2 - De estudante de medicina para mãe e
finalmente escritora, seu sonho de infância. O que te impulsionou para
assumir-se autora e publicar o seu primeiro livro?
A maternidade me apaixonou em todos os
aspectos, é meu dom natural. Participar integralmente de
todas as etapas do desenvolvimento dos meus filhos é algo que verdadeiramente
me completa. Eu não estaria em paz se não tivesse feito esta escolha. E foi por
meio da dedicação exclusiva aos meus filhos que resgatei o meu sonho de
escrever, um sonho que esteve anos perdido no tempo. Meu filho mais velho
queria um novo livro para ler, prontamente escrevi o início de uma história
para ele. Ele gostou tanto que me encorajou a transformá-la num livro e assim
nasceu O príncipe que não sabia brincar. O lançamento aconteceu na Feira do
Livro Infantil de Fortaleza e, claro, todos os meus pequenos estavam ao meu
lado. Na ocasião, apresentei o livro aos alunos da escola Walter Marinho e
todos os exemplares do lançamento foram doados. Num país que pouco lê, temos
que incentivar o hábito da leitura e formar novos leitores.
3 - Conviver com esse universo infantil,
com o nascimento dos filhos, foi fator determinante para dar o primeiro passo
para a literatura infantil, ou já existia essa ideia anteriormente?
A minha vivência diária foi determinante. Meus
filhos são a minha fonte de inspiração.
4 - Escrever para crianças e depois
passar para romance histórico são caminhos bem diferentes e que
exigem uma linguagem diferenciada. Como você trabalha o tempo de cada um?
Crianças e histórias são as minhas paixões,
então tudo flui muito naturalmente. Tenho o hábito de criar historinhas para os meus filhos e a
maioria delas são transformadas em contos.
Assim como tenho como lazer estudar história. Então é natural que eu
transmita ao papel minhas vivências e paixões.
5 -Você mudou o foco ou vai
continuar com publicação infantil ? De onde
veio a temática e inspiração dos seus livros?
Bem, eu simplesmente gosto de escrever e não sou presa a nenhum gênero
literário. Minha primeira publicação foi um livro infantil, depois escrevi um
romance histórico, em seguida fui selecionada para participar de três
antologias poéticas. Enfim, simplesmente escrevo, não importa o gênero.
6 - Como você processou essa diversidade
de temas em um período tão curto, publicando a obra
infantil “O príncipe que não sabia brincar” em 2016, depois
publicou o romance histórico “Descobrindo a nobreza do amor” em 2017, além de
ter participado da antologia poética “Além da Terra, Além do Céu”. E agora o
livro “Encantos do Café” também em 2017 ? O que te levou a publicar seu primeiro livro e
seguidamente os outros, e um espaço de tempo tão próximo?
Escrevi os dois primeiros livros no final de
2014, mas o processo de aprovação por editora até a publicação é um processo
lento. Acabou que tudo aconteceu de uma só vez!
7 - Falar sobre o ciclo do café, a
imigração, em um romance, é uma temática que exige pesquisa e dedicação, o que
te conduziu ao tema ? E como será a continuidade dessa obra, dividida em
três volumes ?
Sou uma amante de história e adoro
estudar registros históricos. Fico impressionada como nosso país não tem a
cultura de preservação de seu passado e como um período tão importante para o
desenvolvimento do Brasil é desconhecido pela maioria da população.
O livro surgiu dessa minha inquietação. Então decidi escrever
o Encantos do café para enfatizar o ciclo do café, com uma
linguagem leve para fazê-lo acessível para toda a população brasileira.
O livro está dividido em três volumes. Haverá
uma passagem de tempo, contando a história de três gerações.
8 - Como foi elaborado o livro “Encantos do café”, um romance histórico, por
entre as atividades com os filhos e publicações infantis ?
Escrever cuidando integralmente de três crianças não é fácil, na verdade, é bastante cansativo. Meus dois filhos mais novos possuem alergia alimentar múltipla e precisam de uma série de cuidados. Para escrever, tenho que recorrer às madrugadas. É cansativo, mas não impossível (risos). E agora, graças a Deus, estou colhendo os frutos deste esforço.
9 - Qual o seu vínculo com Portugal e
por que foi o país escolhido para lançar seus livros?
10 - E no Brasil, o mercado editorial atendeu as suas expectativas?
10 - E no Brasil, o mercado editorial atendeu as suas expectativas?
Tenho por Portugal um carinho bem especial.
Tudo começou quando decidi pesquisar a origem de minha família, chegando a
Porto. Então quis conhecer Portugal e foi surpreendente! Os portugueses muito
receptivos, a preservação da história e cultura; senti um ar
diferente! Aliás, muito da nossa história está lá: o Palácio de Queluz,
lugar onde nasceu e morreu nosso imperador D. Pedro I, Palácio Nacional de
Mafra, onde vivia D. João VI, na cidade de Porto faleceu nossa imperatriz
Teresa Cristina, rumo ao exílio na França, e na igreja da Lapa encontra-se o
coração de D. Pedro I (Pedro IV para os portugueses), dentre outras inúmeras
ligações existentes entre os dois países.
Fiquei tão encantada, que meu esposo e eu
planejamos nos mudar para lá; estamos apenas melhor nos organizando para
podermos ir. Então, enquanto organizamos a nossa ida, resolvi enviar o
original do livro para uma editora portuguesa, ele foi aprovado e já está
sendo comercializado lá.
Aqui no Brasil, o livro tem previsão de
publicação para novembro e espero ter também um retorno positivo.
o nosso agradecimento à autora pela disponibilidade em conceder esta entrevista...
podem saber mais sobre a autora e o livro encantos do café neste link
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