O mundo está desintegrando. Os grupos que
deveriam se unir para lutar por igualdade - para todos - se fragmentam em
pequenos caminhos a sós e dentro destes - caminhos a sós - se fragmentam mais.
Por outro lado, o momento rosa das redes sociais exige todo mundo pensando
igual em uma espécie de utopia besta de uma coisa que não existe - não somos os
maravilhosos seres humanos plenos de beleza dentro. E isto não é de todo ruim.
Afinal, a humanidade só leva esta graça imorredoura e
esta poesia inescrutável por ser assim - impura e falha. Cara, eu lutei uma
vida por uma Liberdade plena. Eu fui a louca que abandonou - TUDO - para ser
quem sou e agora não consigo me unir a coisa alguma que não seja criança e
passarinho, então - tá difícil. A liberdade é um beco que desagua no solidão do
Ser. Em alguns nichos e momentos poéticos, em algumas almas, em alguns livros,
eu me agasalho. E é só, percebo que, estamos sim, cada dia mais desnudos diante
de tudo que pode nos soterrar em um segundo, pois existe um manual sendo digitado
dentro da gente, que faz com que alguns esqueçam que ser Livre é algo como ser
pele de estrela e alma de flor. Ser delicado e inquebrantável, sei isto é
difícil, mas, poxa, o resto é o de sempre, e o de sempre nos trouxe até aqui.
Enfim, não sei o que dizer meio a tanto debate e vertente e teorias e
confrontos e me recolho, e fico "do lado de cá do arame farpado"...
Bárbara Lia
Mini-Biografia:
Bárbara Lia nasceu em Assai (PR).
Poeta e Escritora. Professora de História. Publicou dez livros, entre eles: O
sorriso de Leonardo (Kafka edições baratas), O sal das rosas (Lumme), A última
chuva (ME), Constelação de Ossos (Vidráguas), Paraísos de Pedra (Penalux),
Solidão Calcinada (Imprensa Oficial do PR) e Respirar (Ed. do autor). Integra
várias Antologias, entre elas: O que é Poesia? (Confraria do Vento / Cáliban),
O Melhor da Festa 3 (Festipoa), Amar - Verbo Atemporal (Rocco), Fantasma Civil
(Bienal Internacional de Curitiba), A Arqueologia da Palavra e a Anatomia da
Língua (Maputo). Vive em Curitiba.
Obrigada! Valeu por repercutir esta minha fala. Um grande abraço desde o sul do Brasil.
ResponderEliminarGrato pela adesão ao projecto. Abraço luso.
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