"Logo
ali, na esquina do caos...
Essa
crise falada, noticiada, prevista, orquestrada pela mídia, no mínimo nos faz
refletir sobre o consumo excessivo e sobre a mentira social da civilização em
que vivemos. Penso que com apenas 1/3 da grana que já foi investida para salvar
bancos, resolveria a fome e a miséria gritantes neste mundo. A grana que se
gasta em armamentos serviria à todos em alimentos.
Quanta
estupidez humana! E tudo parece tão velho e surrado! Os mesmos erros, a mesma
ganância predatória, a mesmíssima mesquinhez... E eu? Mais uma idiota apenas,
pensando que estou acima deste lodo fétido... rs ... ilusão! Sou parte dessa
lama e provavelmente cheiro como todos, à merda inconsequente!
No
entanto, ainda sou capaz de me espantar e mesmo ainda emocionar-me com pequenas
e simples coisas, , um beija-flor, um esquilinho lépido passando batido , com o
vermelho pássaro Tiê, sangue bom! Ou, uma canção que me faça estremecer e
sentir um descompasso no ritmo do meu coração... cantos de cigarras, sapos,
grilos, corujas e pássaros... Tudo isso e outras coisitas mais me tocam tão
fundo quanto a desilusão com o mundo... Contradições, as de sempre... Sensações
que me deixam ausente...
Estou
indo para mais algum lugar e uma vez mais sinto-me abandonar algumas cascas
pelo caminho. Os fios brancos proliferam em minha titubeante cabeça e já perco
alguns dentes e juízo. Sim, sou capaz de perder todo o juízo a qualquer
momento! Toda a minha capa de lucidez esconde sempre, ou tenta, a mais aguda
loucura disfarçada em um sorriso elegante ( nem tanto) de capa de revista
fútil. Sou ridícula em minha falsa elegância. Sou infantil em meus disfarces,
apesar da clara passagem do tempo pelos meus poros, pêlos, corpo e alma. Não
sou mais capaz de sorrir alegre e levemente por muitas vezes, embora o faça.
Tornou-se mais raro e é o preço caro da perda inevitável da inocência.
Somos uma
grande mentira. Mas, digo isso, sem peso. Apenas reconheço uma tela ilusória
que não é a Verdade Absoluta. Não mesmo." Andrea Sant Anna - 2011
mini-Biografia:
Andrea Sant Anna
Mãe, avó,
contadora de histórias, arte-educadora, ceramista, oficineira, Terapeuta
Corporal
Expressar-se
é curar-se. Me interessam coisas de cura e expressão. Arte e saúde. Coisas de
dentro e de fora. Coisas com as próprias mãos , como desenhar, tocar, escrever,
modelar, massagear, comunicar, acarinhar, cuidar, acolher, nutrir. Me interessam as pessoas, sobretudo, as
crianças , melhor momento dos humanos!
Não sei
bem o que fazer com tudo isso, mas vou
fazendo.
E indo
...
E
expressando, criando
E me
curando...
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