Uma das coisas mais valorosas que aprendi, pela
educação de berço, foi pensar pela minha cabeça e defender, com frontalidade e
honestidade, os meus princípios, independentemente das consequências que daí
pudessem advir.
Tenho plena consciência que, tal como em outros
aspectos da vida quotidiana, também no universo da escrita, do qual faço parte
desde 2008, então apenas como mero elemento observador, esta minha postura nem
sempre foi considerada positiva; prova disso são os inúmeros
"desencontros" com autores e/ou editores. No entanto, e mais uma vez,
por educação de berço, sempre encarei esses episódios como algo natural mas sem
dar mais importância do que aquela que os mesmos tinham.
Admito que poderia, em alguns momentos, ser menos
incisivo, menos mordaz, até mesmo, menos acutilante, mas, verdade seja dita, se
agisse dessa forma estaria a trair tudo aquilo que sou enquanto homem. Por
outro lado, esta mesma forma de estar também me brindou com amigos e algumas
outras afinidades, baseadas no respeito e não na concordância absoluta com a
minha postura.
Do mesmo modo que não me coíbo de dizer, alto e bom
som, as minhas opiniões, também sei remeter-me ao silêncio, sempre que acho ser
necessário. Aliás, quando o faço é por ter a certeza que, a quem muito prega,
pode acontecer uma de duas coisas; torna-se repetitivo e completamente
previsível, e desse modo a mensagem não passa; ou limita-se a falar sozinho,
que é como quem diz: prega no deserto.
Estando eu numa destas fases em que prefiro
reservar-se ao silêncio e deixar a minha irreverência descansar um pouco,
surge-me a prova que nem mesmo sossegado no meu canto as pessoas me esquecem.
As pessoas não entendem que o meu silêncio não significa que tenha deixado de
ter uma opinião porquanto, pior do que não opinar é não ter opinião alguma.
Mas, dizia eu, estando em fase mais comedida e pouco
interventiva, eis que, ontem, numa conversa com um autor, disse-me o próprio,
em jeito de queixume envergonhado, que pretendia que eu fosse o prefaciador do
seu último livro e que só não me convidou para essa tarefa porque a pessoa
responsável pela editora o desaconselhou a agir desse modo.
Se, por um lado, compreendo e até aceito a relutância
desse/a responsável editorial em ver o meu nome associado a um dos seus
produtos, já fica mais difícil entender como é que um autor sujeita a sua
vontade, se é que ela realmente existiu, aos caprichos de terceiros. Pelo menos
esse/a responsável guia-se pelos mesmos preceitos que eu: diz o que pensa e age
pela sua cabeça. O mesmo não se poderá dizer do autor.
Queixam-se de ouvir o que não gostam mas, nem mesmo
sossegado no meu canto, me deixam.
MANU DIXIT
Emanuel algum editor anda com anticorpos às tuas opiniões ou à tua atitude frontal... Um abraço.
ResponderEliminarCelso Cordeiro
Não se pode agradar a gregos e troianos. Sempre soube dessas resistências e até as compreendo. O que me incomoda é a contínua subserviência de alguns autores.
EliminarGrato pela visita comentada. Abraço.
hehehehehe
ResponderEliminarPois é, não é fácil ter de lidar com pessoas que pensam...
:)
...e a vida continua...
EliminarAbraço.