sábado, 15 de outubro de 2016

DEZ PERGUNTAS A... MARIA ANTONIETA OLIVEIRA

Um agradecimento especial, pela disponibilidade e prontidão de MARIA ANTONIETA OLIVEIRA, autora de GALERIA DE AFECTOS (poesia), ENCONTRO-ME NAS PALAVRAS (poesia) e PARA ALÉM DO TEMPO (romance)

1 - Enquanto poeta como explica a origem da sua poesia?
-         Não sei explicar. A poesia surgiu sem que eu saiba como, no último ano de curso, quando pensámos dar um pergaminho com quadras representativas de tudo o que se passara ao longo do ano, nas aulas de contabilidade. Cada uma de nós tentou descrever uma situação, eu de igual modo o fiz e aí nasceram as minhas primeiras quadras. Nesse mesmo ano de 1964 surgiram os primeiros poemas, todos dedicados a alguém ou algo de que gostava. E a poesia continuou ao longo da minha vida.

2 - Qual a maior dificuldade que encontrou quando deu os primeiros passos no universo da escrita, nomeadamente na divulgação pública da sua poesia?
-         Bem, nos anos sessenta do século passado era impensável uma desconhecida publicar um livro. Internet também não havia, portanto os meus leitores eram os familiares e os colegas de trabalho. Mais tarde entrei no mundo dos locais onde se escrevia e comentava e a partir daí tudo foi diferente.

3 - As redes sociais tiveram algum impacto (positivo ou negativo) na sua produção criativa? Explique.
-         Depende do ponto de vista. Se não fossem as redes sociais aonde comecei a postar o que escrevia, ainda hoje não tinha algum livro publicado. Por outro lado não foram as redes sociais que modificaram a minha forma de escrever. Penso ter respondido e explicado.

4 - Qual a importância das antologias e colectâneas no seu percurso?
-         Foi muito importante, pois pelas antologias e colectâneas, comecei a ver em livro poemas escritos por mim. Só dois anos depois da primeira antologia, surgiu o meu primeiro livro de poesia.

5 - Sentiu alguma diferença no seu modo de escrever depois de ter editado o primeiro trabalho individual?
-         Claro que sim. No primeiro livro publiquei muitos dos meus primeiros poemas, quis deixar em livro esses outros tempos de escrita, em que homenageava a minha família, a minha existência, os meus amores. Hoje em dia a poesia surge sem que eu saiba como ou porquê, sem dedicatória, motivo ou razão.

6 - Até 2014 conhecíamos apenas a sua vertente poética. De repente surge com um romance. Foi algo previamente planeado ou fruto de uma evolução que considera natural?
-         Não, não foi planeado. O tema do meu romance é algo que me suscita interesse, ou não fosse o amor, eu que sou uma romântica incorrigível. Um tema abordado e debatido na TV e em certas revistas, que eu ouvia e lia, de repente ao falar com uma pessoa amiga sobre vários testemunhos acerca do assunto, ela sugeriu-me a feitura de um romance. Foi a gota de água que faltava para me dispor a fazê-lo. Já depois de muitas páginas escritas, li e duvidei que alguma vez pudesse sair em livro. Também em conversa com um amigo, que veio a ser o prefaciador do mesmo, ele sugeriu que lhe enviasse o que já tinha escrito e me daria a sua opinião. Foi o que fiz e o livro está nas livrarias.

7 - Em que registo se sente mais confortável? Porquê?
-         Na poesia. A poesia surge sem que eu lhe peça para chegar. O romance não foi assim, inclusive obrigou-me a pesquisar para tornar mais reais certas situações.

8 - Para além do tempo foi um livro que provocou diferentes reacções, por parte dos leitores. Como lidou com essa circunstância?
-         Da melhor maneira. A partir do momento em que passou para o leitor deixou de me pertencer, assim sendo, cada um que lhe dê a importância e a interpretação que melhor lhe aprouver. Digo-te até, que perdi e ganhei amizades.

9 - Depois de dois livros de poesia e um romance, podemos esperar a incursão noutros géneros literários?
-         Não estou a pensar em nada diferente, mas “nunca digas nunca”

10 - Em jeito de balanço, quais os pontos positivos e os negativos que mais destacaria sobre o universo da escrita?

-          Esta pergunta daria muitas páginas para uma resposta concreta. Limito-me a dizer que, como em tudo na vida, há bons e maus momentos, temos que saber aproveitar os bons. E é com esta frase que termino o meu romance “a felicidade são momentos”.

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Toca a falar disso