Um agradecimento especial, pela disponibilidade e prontidão de MARIA ANTONIETA OLIVEIRA, autora de GALERIA DE AFECTOS (poesia), ENCONTRO-ME NAS PALAVRAS (poesia) e PARA ALÉM DO TEMPO (romance)
1 - Enquanto
poeta como explica a origem da sua poesia?
-
Não
sei explicar. A poesia surgiu sem que eu saiba como, no último ano de curso,
quando pensámos dar um pergaminho com quadras representativas de tudo o que se
passara ao longo do ano, nas aulas de contabilidade. Cada uma de nós tentou
descrever uma situação, eu de igual modo o fiz e aí nasceram as minhas
primeiras quadras. Nesse mesmo ano de 1964 surgiram os primeiros poemas, todos
dedicados a alguém ou algo de que gostava. E a poesia continuou ao longo da
minha vida.
2 - Qual a maior
dificuldade que encontrou quando deu os primeiros passos no universo da
escrita, nomeadamente na divulgação pública da sua poesia?
-
Bem,
nos anos sessenta do século passado era impensável uma desconhecida publicar um
livro. Internet também não havia, portanto os meus leitores eram os familiares
e os colegas de trabalho. Mais tarde entrei no mundo dos locais onde se escrevia
e comentava e a partir daí tudo foi diferente.
3 - As redes
sociais tiveram algum impacto (positivo ou negativo) na sua produção criativa?
Explique.
-
Depende
do ponto de vista. Se não fossem as redes sociais aonde comecei a postar o que
escrevia, ainda hoje não tinha algum livro publicado. Por outro lado não foram
as redes sociais que modificaram a minha forma de escrever. Penso ter
respondido e explicado.
4 - Qual a
importância das antologias e colectâneas no seu percurso?
-
Foi
muito importante, pois pelas antologias e colectâneas, comecei a ver em livro
poemas escritos por mim. Só dois anos depois da primeira antologia, surgiu o
meu primeiro livro de poesia.
5 - Sentiu
alguma diferença no seu modo de escrever depois de ter editado o primeiro trabalho
individual?
-
Claro
que sim. No primeiro livro publiquei muitos dos meus primeiros poemas, quis deixar em livro esses outros tempos de escrita, em que homenageava a minha
família, a minha existência, os meus amores. Hoje em dia a poesia surge sem que
eu saiba como ou porquê, sem dedicatória, motivo ou razão.
6 - Até 2014
conhecíamos apenas a sua vertente poética. De repente surge com um romance. Foi
algo previamente planeado ou fruto de uma evolução que considera natural?
-
Não,
não foi planeado. O tema do meu romance é algo que me suscita interesse, ou não
fosse o amor, eu que sou uma romântica incorrigível. Um tema abordado e
debatido na TV e em certas revistas, que eu ouvia e lia, de repente ao falar
com uma pessoa amiga sobre vários testemunhos acerca do assunto, ela sugeriu-me
a feitura de um romance. Foi a gota de água que faltava para me dispor a
fazê-lo. Já depois de muitas páginas escritas, li e duvidei que alguma vez
pudesse sair em livro. Também em conversa com um amigo, que veio a ser o
prefaciador do mesmo, ele sugeriu que lhe enviasse o que já tinha escrito e me
daria a sua opinião. Foi o que fiz e o livro está nas livrarias.
7 - Em que
registo se sente mais confortável? Porquê?
-
Na
poesia. A poesia surge sem que eu lhe peça para chegar. O romance não foi
assim, inclusive obrigou-me a pesquisar para tornar mais reais certas
situações.
8 - Para
além do tempo foi um livro que provocou diferentes reacções, por parte
dos leitores. Como lidou com essa circunstância?
-
Da
melhor maneira. A partir do momento em que passou para o leitor deixou de me
pertencer, assim sendo, cada um que lhe dê a importância e a interpretação que
melhor lhe aprouver. Digo-te até, que perdi e ganhei amizades.
9 - Depois de
dois livros de poesia e um romance, podemos esperar a incursão noutros géneros
literários?
-
Não
estou a pensar em nada diferente, mas “nunca digas nunca”
10 - Em jeito de
balanço, quais os pontos positivos e os negativos que mais destacaria sobre o
universo da escrita?
-
Esta
pergunta daria muitas páginas para uma resposta concreta. Limito-me a dizer que, como em tudo na vida, há bons e maus momentos, temos que saber aproveitar os
bons. E é com esta frase que termino o meu romance “a felicidade são
momentos”.
Dizer obrigada é pouco para o muito que és como ser humano e amigo.
ResponderEliminarAs amizades não se agradecem... desfrutam-se.
EliminarConcordo contigo. Desfrutemos!
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