CIDADE EMPRESTADA - FRANCISCO VALVERDE ARSÉNIO
Existem livros assim! Daqueles que nos fazem viajar
dentro de nós mesmos através das palavras, quase sábias, dos seus autores.
Palavras que, apesar de escritas e impressas em folhas de papel, parecem ser
providas de voz que ecoa nos nossos ouvidos e nos desperta os sentidos.
Existem livros assim! Daqueles que nos fazem acreditar
que tudo é possível na vida e que os males do mundo são insignificâncias às
quais se dá demasiada importância em detrimento das coisas que realmente
interessam.
Existem livros assim! Daqueles que nos prendem sem
algemas nem ameaças e nos dão a capacidade de usufruir, em toda a sua plenitude,
de liberdade suprema. Liberdade que se conquista a cada palavra lida e
compreendida.
Existem livros assim! Daqueles que nos provocam
reacções e contradições; nos sugerem alternativas e novos rumos; nos ensinam
que o melhor trajecto para o ser humano é ser igual a si próprio, mesmo que
existam encruzilhadas e desvios ao longo do caminho.
Existem livros assim! Daqueles que nos fazem parar
para reflectir; pensar nos obstáculos que a vida nos coloca pela frente, nas
vitórias e derrotas como seres humanos e ainda lhes sobra tempo e espaço para
nos proporcionar enormes momentos de prazer na leitura.
Existem livros assim! Daqueles que nos aconchegam e
abandonam a cada passo; nos abraçam e nos apontam o dedo como se, ao
escrevê-los, os autores estivessem a falar de nós com conhecimento profundo
daquilo que somos, fazemos e pensamos. Livros que nos exigem e nos cobram, nos
inspiram, incitam e provocam.
Sim! Existem livros assim! E eu tenho um desses livros
aqui, ao meu lado, fazendo-me companhia. Obrigando-me a reflectir sobre as
minhas vitórias e derrotas. Prendendo-me às suas palavras através das algemas
que são conceitos e ideias sobre vários aspectos da vida. Dando-me toda a
liberdade de raciocínio e livre arbítrio na descoberta das diferenças e semelhanças
entre mim e o seu autor, que me aproximam ou afastam dele e das suas palavras.
Este livro conhece-me e cobra-me toda a atenção que lhe dispenso. Este livro
tem estado a provocar-me e é uma grande fonte de inspiração.
Ao contrário do que muitos pensam, este é um livro de
poesia!
Tal como o próprio autor tem dito em várias ocasiões,
também eu acredito que a poesia não é nem pode ser apenas versos sobre versos,
rimas sobre rimas. Tampouco deve ficar umbilicalmente ligada a conceitos
ríspidos e de pura subserviência que mais não fazem que restringir, não só a
própria poesia mas também o criador. Poesia, mais que escrita nutrida de beleza
construtiva e floreados técnicos, deve ser portadora de mensagem, conteúdo e
sentimento. Se tiver todos estes ingredientes, pouco me importa se tem rima,
cruzada ou emparelhada, se os versos são decassilábicos ou brancos ou se a
apelidam de prosa poética. Para mim, e não sou o único a afirmar isto, poesia é
bem mais que estilo ou género. Poesia é estado de alma, é interacção, é
expressão de conceitos, ideias e sentimentos, é diálogo, conversa animada,
séria, lúdica e assertiva. Enfim, poesia é, acima de tudo, comunicação. E este
livro tem um enorme grau de comunicabilidade.
Ao ler e reler este livro sinto vontade de lhe dizer
as suas próprias palavras:
“Não me lembro se chegaste a pedir para entrar nos
meus dias... mas que importa... apetece-me afundar no teu olhar e perdermo-nos
num momento que não termine nunca.”
MANU DIXIT
Ainda bem que existem livros assim!
ResponderEliminarConheço a escrita/poesia do Franscisco Valverde Arsénio, através do Facebook!
Tenho pena que este livro (ainda) não esteja na minha pequena estante.
Estar longe, é estar longe de tudo...é não poder beber das mesmas fontes que outras pessoas e saciar a sede crescente...
Para ti meu Amigo Poeta
Beijinhos dos Alpes
Este é sem qualquer dúvida o melhor livro de 2013. Tem sido inspirador e, tão cedo, não vai fazer companhia aos outros que estão nas estantes.
EliminarBeijo luso e abraços para Romanshorn.
Sensibilizado pelo acolhimento das minhas palavras, apraz-me deixar aqui um forte abraço de agradecimento.
ResponderEliminarFrancisco! Existem livros assim! E o CIDADE EMPRESTADA é um desses! Abraço.
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