Já não é a primeira vez, e creio que não será a última, que surge como tema de conversa, entre mim e alguns amigos, uma questão que, apesar de ter escrito muito pouco, ou quase nada, sobre ela, está muito clara na minha cabeça como sendo um defeito/virtude que me identifica.
Não têm sido escassas as vezes em que refiro as
diferenças existentes entre o Emanuel Lomelino (autor) e a pessoa que lhe
empresta o corpo. No entanto, existem alguns aspectos que são comuns aos dois e
aquele que mais sobressai é o ego. Quem me conhece, nas duas facetas, sabe que
tenho um ego enorme e que se dependesse, única e exclusivamente, dele para me
alimentar eu seria obeso.
Como referi, esta questão do ego tem aparecido muitas
vezes nas conversas que tenho com amigos da escrita e decidi vir aqui escrever
sobre o assunto por causa de uma "acusação" que me tem sido feita com
alguma frequência, sendo o meu ego apontado como incompatível com a atitude que
me acusam.
Em primeiro lugar e não será novidade nenhuma o que
agora direi, o facto de ter um ego grande e fazer alarde disso não implica que
o tente alimentar a todo o custo ou com gula desmesurada. Bem pelo contrário. O
meu ego alimenta-se daqueles momentos especiais em que, vindo do nada, aparece
o reconhecimento pelo que faço, digo ou escrevo. O meu ego engorda quando pela
manhã entro no café da D. Rosa e sou recebido com um sonoro: "Bom dia,
poeta!", o meu ego cresce quando alguém que leu algo meu me diz:
"Identifico-me com este e aquele poema", o meu ego aumenta quando
alguns responsáveis de outras editoras me dizem: "Parabéns pelo seu livro,
gostei do que li", o meu ego sobe quando um autor me envia algo seu para
eu dar uma opinião. Tudo isto e muito mais situações semelhantes enchem-me o
ego e eu gosto de ter o ego cheio.
Mas ter um ego como o meu jamais me fará subir a
patamares de vedetismo ou sobranceria. Se, por um lado, o Emanuel Lomelino
(autor) está focado exclusivamente nas questões literárias, o outro, aquele que
já existia antes do autor, tem o foco bem mais alargado e faz questão de
sobrepor os seus ideais aos interesses do autor.
Aqui chegados vamos então falar da tal
"acusação" que me fazem.
Como muitos saberão, para além deste, tenho mais dois
blogues. Um onde exponho a minha poesia e outro onde faço a divulgação de
textos de outros autores, cujos livros ou antologias em que participam fazem
parte da minha biblioteca pessoal. Ora bem! Sou acusado de não saber gerir em
meu proveito as actualizações desses espaços porque tenho dado muito mais destaque
aos outros autores (um poema por dia) do que à minha própria criação (passam
meses sem lá colocar nada). Para além disso, dizem alguns, ter este blogue para
colocar dedos nas feridas e apontá-los para situações relacionadas com a
literatura, só me prejudicam enquanto autor e que essa circunstância é
completamente antagónica ao imenso ego que tenho para alimentar.
Para esta acusação posso dar duas respostas:
1ª Bem ou mal, sempre que falam é publicidade
gratuita!
2ª Enquanto autor, sei que o meu trajecto já
ultrapassou as minhas intenções iniciais (sempre disse que o objectivo era
publicar três livros e, neste momento, o quinto está prestes a sair) e não é
por dar mais ou menos visibilidade ao que escrevo que as vendas vão aumentar
exponencialmente. Para além disso, tenho os pés bem assentes no chão e a
consciência plena que é muito complicado, para não dizer impossível, atingir plataformas maiores e públicos mais alargados.
Por outro lado, todos têm a noção da realidade e sabem
que a poesia não se vende (vai-se vendendo) e a oferta nas redes sociais é
tanta que acabamos todos por viver em eterna obscuridade. Mas sobre isso
escreverei noutra oportunidade.
Em jeito de conclusão e para que não restem dúvidas,
vou continuar a divulgar os textos de outros autores, vou continuar a escrever
textos de opinião a criticar ou a louvar situações ligadas à literatura e
quando me der na cabeça publico poemas meus no blogue.
Sim, tenho um ego gigantesco e esfomeado mas posso
alimentá-lo ao mesmo tempo que dou visibilidade a outros autores de língua
portuguesa.
MANU DIXIT
Deliciosa Reflexão :)
ResponderEliminarObrigado pela visita comentada.
EliminarForça, poeta. Aquele abraço.
ResponderEliminarAbraço, Poeta!
EliminarFalas e falas bem!
ResponderEliminarGosto de (te) ler.
Beijinhos dos Alpes Poeta
Obrigado amiga! Beijocas bem lusitanas.
EliminarOlá! Pelo que tenho lido, visto e ouvido, não me parece que haja absolutamente nada de errado com o teu ego. Pelo contrário, parece-me bastante saudável. Continua assim. Beijinhos
ResponderEliminarOlá Marta!
EliminarObrigado por mais esta visita e pelas palavras.
Beijinhos
Aprecio essa maneira de estar na vida. Quem gostará de nós se não gostarmos de nós próprios. Gostava de ter poemas seus no meu blog.
ResponderEliminarMaria Beatriz!
EliminarObrigado pela generosidade das suas visitas, tanto aqui como no TOCA A ESCREVER.
Os meus poemas podem ser vistos no AMADOR DO VERSO, o link está bem no topo deste blogue.
Beijo carinhoso.