Farto-me de rir com a preocupação da moda centrada na
inteligência artificial. Fala-se do tema e toda a gente fica histérica com a
possibilidade de as máquinas substituírem os humanos, e choram, e gritam, e
esperneiam, e…
E ninguém atenta que nada disto é novo, tudo começou
com a chamada revolução industrial e tem sido a humanidade, geração após
geração, a encontrar formas de manter as estruturas sociais convenientes ao seu
funcionamento.
E o percurso da humanidade fez-nos chegar a este
momento temporal em que aparece a geração Z, que roça a inutilidade por, apesar
de ser mais instruída, não ser capaz de entender que a vida é bem mais do que
lutar por ideais e combater o sistema.
Porventura, não é esta geração que contesta a
“escravidão” horária das profissões modernas? Não são estes génios das causas
que querem impor um regime alimentício diferente para que deixemos de ser
aquilo que somos por natureza: omnívoros?
Ora, para que tudo isso seja possível, é preciso
desprogramar a humanidade e arranjar quem nos substitua nas actividades que só
existem porque somos como somos. O mesmo é dizer: venha daí a inteligência
artificial.
No entanto, rejubilem, o processo será longo porque
ainda não foi encontrada solução para que o nosso sistema digestivo e dentição
ganhem a robustez herbívora necessária.
E queiram os deuses que, entretanto, não haja um cataclismo digital. Se tal acontecer estamos tramados porque esta geração vai ter um colapso nervoso e passará a chamar-se geração zombie.
EMANUEL LOMELINO
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