sexta-feira, 24 de maio de 2024

Sozinho (excerto 4) - Luís Vasconcelos

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Naquela triste tarde ao ver a minha mãe ser sepultada, queria chorar, mas não conseguia. Sentia-me só, tremendamente só. Um vazio profundo invadira a minha alma. Não imaginava um futuro sem ela, sem a sua força, determinação, aconchego e proteção. Mal sabia eu que começava ali o período mais negro da minha vida, em que tive, à custa de muitos erros, de aprender a sobreviver e a defender-me sozinho. Partira a única pessoa que ainda conseguia ter algum controle sobre mim, por quem eu ainda era capaz de ceder e reconsiderar as minhas decisões, impedindo assim algumas atitudes mais impulsivas, obsessivas e drásticas da minha parte. Fiquei literalmente entregue a mim mesmo, mergulhado no meu estranho mundo de fobias, superstições, vícios, rituais e obsessões provocadas por uma doença psiquiátrica que, se não despoletou ali, aconteceu algures na minha vida e que pouco a pouco começou a assumir o comando dela.

EM - COMEÇAR DE NOVO - LUÍS VASCONCELOS - IN-FINITA

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