quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Ilhas de paz (excerto 18) - Glória Gomes

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Após o começo das cimenteiras, prática cada vez mais adiada para quando vier a chuva, após as cimenteiras debaixo de um sol tão ardente que torna visível as ondas da temperatura à distância, não sei se é o sol ou o cansaço, mas até o invisível se torna visível nestes momentos. Uma prática feita à base da força do braço dos homens e das pernas das mulheres, completamente não mecanizada devido não só a falta dos equipamentos, mas acima de tudo devido ao difícil ou mesmo impossível acesso de qualquer objeto que movimenta. Após as cimenteiras, todo o trabalho árduo que demora vários dias ou meses e em diferentes locais, não existe nenhuma certeza de que o ano será bom, a espera que o mês de julho chove, e nada, a espera que o agosto chove, e nada. A este ponto toda a conversa enreda a volta da chuva, é uma preocupação geral e a fé do homem entra em ação, “se Deus quiser” ou “Deus há de nos dar”, “Deus é que sabe”.

EM - ILHAS DE PAZ NUM MAR DE TORMENTO - GLÓRIA GOMES - IN-FINITA

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