LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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A história que será contada, facilmente, caberia não somente na boca de mulheres, mas em diversas vivências de mulheres negras que carregam consigo os filhos abortados pela figura do pai.
Maria tinha quatro filhos. Crias só dela. Mulher preta, desde sempre entendeu o que era aborto paterno. E não tinha muito estudo para chegar a essa conclusão. Um dia, Maria olhava para os quatro, ela não sabia nem o que fazer com aqueles meninos pretos, num suspiro, Maria deixou sair: “ainda bem que vocês têm a mim”. Os meninos ficaram ali, num ato de cumplicidade com a mãe, mesmo sem saber o que se passava com ela.
Todos os dias Maria saia de casa, trabalhava duro para sustentar os quatro meninos. “vida dura dessa menina”, comentava o povo da rua. Mas Maria não se deixava abater.
Depois de um dia cheio de trabalho ela sempre sentava no chão, chamava os quatro e perguntava “o que vocês fizeram na minha ausência?”. Os quatros se olhavam, entre caras e bocas e olhares, Paulo, o mais velho sempre começava a falar…
– Mãe, a gente ficou em casa mesmo. Eu arrumei o banheiro, Pedro lavou a louça, Alex varreu a porta e o Júlio ficou assistindo desenho o dia todo.
– Sério? – indagou a mãe.
– A gente está falando a verdade, mãe.
EM - ELAS E AS LETRAS: SEMENTE, PRESENTE - UM LIVRO PARA MARIELLE FRANCO - COLETÂNEA - IN-FINITA
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