domingo, 5 de março de 2023

Vai, malandra (excerto) - ELAYNE ESMERALDO NOGUEIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Ela, que nem gostava tanto de funk, passou a dar outro significado para uma música que diz “vai, malandra”. E não, não era pra brincar com o bumbum. Mas era pra persistir e ir atrás dos seus objetivos. Tinha ido cedo ao Instituto de Emprego em que estava tentando se cadastrar há algum tempo. Tinha a esperança de que agora desse certo porque já tinha os números dos documentos necessários. Um dos números tinha sido especialmente difícil de conseguir: o da Segurança Social. Ela sentia que estava numa espécie de limbo: para conseguir esse número, tinha de ter um contrato de trabalho. No entanto, sempre que era chamada para entrevistas de emprego, diziam-lhe que ela tinha que ter o número da Segurança Social para que o contrato fosse feito.
Na falta desse contrato de trabalho e desse número para o contrato, pesquisou o que poderia ser feito e achou uma possibilidade: se ela abrisse uma atividade de trabalho independente junto ao órgão regulador das Finanças, poderia pedir um número de registo junto à Segurança Social. Assim o fez. Foi orientada no órgão das Finanças a passar um recibo - e, como o primeiro ano da atividade econômica era isenta de impostos, não havia muito com o que se preocupar. De posse do comprovante do recibo, foi ao órgão da Segurança Social e lhe foi atribuído um número. Havia sentido um alívio e teve a sensação de que iria dar tudo certo. Comemorou, até. Mal sabia ela o que lhe esperava a seguir.

EM - MULHERES EM DIÁSPORA - PLATAFORMA GENI - IN-FINITA

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