LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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O mar estava agitado naquela noite de julho de 1994. Sob o céu estrelado, a brisa fria da morte enamorava todos os que se apertavam nos braços do pequeno Jonas. Os gritos inevitáveis de desespero se perdiam no barulho das ondas e vinham especialmente das crianças, que temiam o breu. Não havia aconchego materno que as acalmasse, e nenhum tipo de proteção em caso de naufrágio. As ondas encharcaram todos os que se apertavam na limitada embarcação, numa tentativa insana de cruzar as águas caribenhas e deixar o Haiti apenas como uma lembrança distante. Diante do desespero da fuga, Jonas era como uma representação divina.
“Até onde eu via água e terra, mesmo que de longe, estava tranquila. Mas quando eu não vi mais nada eu disse: ‘Senhor, eu estou entregue ao Senhor. Eu não sei nadar! Avisei que se acontecesse algo, me deixassem morrer e fossem embora para contar a história”, recordou-me Santina Perin, como se estivesse narrando um pesadelo que tivera na noite anterior.
EM - A CRUZ HAITIANA - IARA LEMOS - IN-FINITA
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