LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Olá meu querido amigo:
Tal como te prometi ontem, cá estou de volta para te contar mais um pouco destes meus vinte e cinco anos de vida, ou será que devo dizer vinte e quatro anos de vida e um ano de morta-viva. Sinceramente já não sei, tampouco me interessa.
Como te dizia ontem, foi quase sem dar por o tempo passar que atingi os dezoito anos, o que aconteceu em 1988, ou seja, numa altura em que a tranquilidade social voltara e minha avó já recuperara muito do que lhe havia sido tirado na consequência do 25 de Abril. Meu avô, entretanto, falecera.
Tenho a certeza, porque, apesar da minha idade, lhe li nos olhos, que morreu com a grande tristeza de não ter conseguido reaver muito do que levara anos a conseguir, algumas coisas, até as recebera de herança.
Assim que conseguiu recuperar grande parte das terras, minha avó tentou tudo de tudo para que a família voltasse a viver na vila de Lencastre, o que nunca veio a suceder, pois minha mãe dizia já não conseguir ir viver para um sítio perdido no meio do campo, algo que me fez acreditar, mais convictamente, que ela andava amantizada com um tal de Dr. Meireles, isto é, verdadeiramente a trair meu pai.
Não sei se foi por também já se ter apercebido de tal realidade, ou por outro qualquer motivo, a verdade é que meu pai nem pensou duas vezes, mudando-se de malas e bagagens para a velha casa de família na pacata vila, sempre na esperança de conseguir reerguer o negócio do mel. Eu, sem hesitar, decidi vir com ele, o que, tenho a certeza do que te conto, foi ao encontro dos desejos de minha mãe.
EM - DIÁRIO DE MEL - FRANCIS RAPOSO FERREIRA - IN-FINITA
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