DEZ PERGUNTAS MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - CLÁUDIA LUNDGREN

Agradecemos à autora CLÁUDIA LUNDGREN pela disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Qual a sua percepção para essa pandemia mundial?

A pandemia nos atingiu inesperadamente. Vidas estão sendo ceifadas, muitos foram contagiados e recuperados, e a maioria, psicologicamente abalada. A pandemia, por um lado, nos distanciou, mas por outro, como nunca, nos uniu. Como nunca, nos tornou mais solidários. Como nunca, nos aproximou do Criador. O mundo todo clama por misericórdia, por cura, por socorro.

2 - Enquanto autora, esse momento afetou o seu processo produtivo? Em tempos de quarentena, está menos ou mais inspirada?

Sim, essa situação afetou meu processo produtivo, sem dúvida. Embora eu sinta a necessidade de uma maior introspecção, a quarentena me inspirou bastante a escrever sobre a situação, e sentimentos que me invadem.

3 - Quando isso passar, qual a lição que ficou?

Penso que quando tudo passar, nada será como antes. Sairemos melhores, valorizando pequenos detalhes. A liberdade de ir e vir. O contato afetivo, beijos, abraços, demonstrações de carinho... Seremos eternamente mais limpos. A lição de que somos todos iguais, humanos, frágeis e passageiros, independente de classe social, raça, credo ou opção sexual.

4 - Os movimentos de integração da mulher influenciam no seu cotidiano?

Com certeza! Porque um dia mulheres se mobilizaram, é que hoje temos espaço aberto. No mercado de trabalho e também no mundo das letras e artes.

Eu, particularmente, assumo a função de chefe de família, e faço isso tão bem como qualquer homem. As mulheres estão aí demonstrando que não são inferiores, e que possuem a capacidade de se integrarem em universos que, por muito tempo, foram considerados exclusivamente masculinos.

5 - Como você faz para divulgar os seus escritos ou a sua obra? Percebe retorno nas suas ações?

Eu escrevo livros, e faço eu mesma o meu marketing, com o auxílio da minha editora. Divulgo meus trabalhos em rede social, grupos literários, livrarias virtuais e em minha cidade. Envio livros via Correios, para todo o Brasil e exterior, e consigo perceber sim, retorno nas minhas ações.

6 - Quais os pontos positivos e negativos do universo da escrita para a mulher?

Escrever é terapêutico, libertador. Para qualquer escritora, uma necessidade. De expor sentimentos contidos, desejos, vivências ou simplesmente criações. Expandir seu pensamento. Só vejo pontos positivos. Através da mulher, o universo da escrita ganhou mais sensibilidade e doçura.

7 - O que pretende alcançar enquanto autora? Cite um projeto a curto prazo e um a longo prazo.

Muito daquilo que eu pretendia, já alcancei. Escrevi dois livros solo de poesia com boa aceitação, e só tenho a agradecer a Deus e aos leitores. Escrever livros, para mim, significa realização. Se alguém os lê, para mim, é reconhecimento, é gratificante. Continuo projetando outros livros, exercer com afinco e comprometimento meu trabalho como Acadêmica das Letras nas instituições em que faço parte, procurando representar positivamente minha cidade através da produção da literatura.

8 - Quais os temas que gostaria que fossem discutidos nos Encontros Mulherio das Letras em Portugal?

“O impacto da pandemia na literatura atual”, “O isolamento, e suas consequências psicológicas na vida do escritor”, “A comercialização de livros na atual conjuntura”, “Rumos da literatura contemporânea”, temas do gênero.

9 - Sugira uma autora e um livro que lhe inspira ou influencia na escrita.

Me inspira a intensidade e o sentimentalismo exacerbado da portuguesa Florbela Espanca, principalmente em seu “Charneca em Flor”. Vejo um pouco dela em meus textos.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

Qual o ambiente que lhe serve de inspiração para a escrita?

Qualquer ambiente em que eu me encontre só, e de preferência, em silêncio. Tanto faz, se na quietude do meu quarto, ou em meio a uma paisagem ao ar livre. Tenho necessidade da solidão, dos meus momentos comigo mesma.