sábado, 18 de abril de 2020

Em tempos de quarentena - ROSÁRIO PEDROSO


Estes ventos terríveis
driblam o pensamento
de mal-estares quotidianos plangentes.
Uma estagnação desramada
perpassa nos pântanos do renascimento.
Enalteço a tecnologia
os buracos encantados e negros da ciência
os espaços disfóricos das utopias
intensos e sutis
perante a ausência eterna
dos perfumados prados redentores.
Entreouço memórias esquartejadas e austeras
o peso do tempo severo nas ruas nas casas
invadidas pelas fragas penetrantes nas ideias
até que uma indisposição geral
brilhe e me dê asas.

Rosário Pedroso

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