quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

MADRUGADAS... (excerto) - SÓNIA CORREIA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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E se dela não nascessem madrugadas não viveria todo o resto que lhe cabe. Se nela não se lhe enrolassem todos os tules transparentes no seu escuro, de janelas edificadas nos olhos, não tinha sequer aprendido a viver, tão pouco a sua chama seria fogueira por entre o gelo deste século sem graça ou essência.

Abraça-se nas horas mais quietas da noite com suspiros de calma. Nesses momentos madruga os sonhos que se movem pela mente como a destreza do falcão que sobrevoa o inconcebível, quieta nessa cama de sempre e aconchego, ainda que só os seus braços a apertem, congemina com o universo o silêncio que ecoa no grito da fé e gratidão.

São tantas as vozes que carregam promessas, na claridade do sol dos dias que a deambulam, banal quotidiano de passos apressados à sua volta, corpos que se movem na obrigação, expressões de tristeza, rostos vazios, segredos fechados nas grades dos vultos que gritam sem som pedidos de liberdade, e nela mora a certeza que tem sempre as madrugadas.

EM - ALMA-TE - SÓNIA CORREIA - IN-FINITA

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