Agradecemos à autora CARLA FÉLIX a disponibilidade em responder ao nosso questionário
1
- Como se define enquanto autora e pessoa?
Simplicidade, acho que domino a minha forma de ser e
estar no mundo e na escrita. Tenho os sentimentos à flor da pele, emociono-me
com frequência em silêncio e observo o mundo com os olhos do coração. Acabo por
manobrar os sentimentos através das palavras e enquanto autora dispo a alma, em
versos claros e outros codificados, encobrindo certos sentimentos.
2 - O que escreve é inspiração ou transpiração?
A minha escrita é uma dualidade. Por vezes inspiro-me
no mar, na minha terra, nas vivências e nas memórias da minha infância, por
outro lado transpiro e desintoxico sentimentos, revoltas e interpretações que
faço do dia a dia. Vejo a escrita como um grito e/ou um filtro, sentindo uma
maior liberdade após a libertação de pedaços de escrita.
3 - O que pretende transmitir com a sua escrita?
Iniciei a escrita de uma forma inesperada. Tento em
primeiro lugar utilizá-la como a minha terapia e em segundo lugar ajudar quem
lê a retirar uma mensagem de esperança, força e determinação e por vezes levar
a introspeção.
4 - Por que escreve poesia?
A poesia surgiu por acaso, há apenas cinco anos.
Penso com frequência que não foi eu que escolhi escrever poesia, mas sim a
poesia que me escolheu e neste jogo de escrever, ela acabou por vencer. É algo
natural, que sai de dentro de mim sem que consiga controlar.
5 - O que costuma fazer para promover a sua escrita?
Após consolidar alguns poemas, iniciei a
participação em trabalhos coletivos e comecei a partilhar nas redes sociais em
grupos, o que possibilitou que os mesmos fossem lidos e comentados. Acho
essencial o retorno do leitor.
Recentemente começamos a partilhar poesia em encontros na nossa Ilha, o
que possibilita a troca de experiências. A realização de uma entrevista no
Jornal da Praia – jornal da minha cidade e participação em vários programas de
rádio também permitiram a divulgação do meu trabalho junto do público da Ilha.
6
- Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?
As redes sociais foram determinantes para o meu
percurso. Viver numa Ilha limita-nos de participar em muitas iniciativas e ter
acesso a encontros. Através nomeadamente do Facebook tive acesso a programas de
Rádio, concursos, participações coletivas que abriram portas a novos
conhecimentos e a realização de aprendizagens.
7 - O que acredita ser essencial na divulgação de um
autor?
O autor tem de ser preserverante, escolher o seu
público, sabendo que nem todos/as vão ler o que escreve e gostar do seu género.
Tem de ter uma rede de parcerias que apostam na divulgação do seu trabalho nas
redes sociais, blogs e em eventos de partilha.
8 - O que ambiciona como autora?
Ambiciono evoluir, conseguir um público mais vasto e
publicar o meu primeiro livro de poesia. Construir um caminho passo a passo sabendo
que escrever é apenas um ato de liberdade e não de subsistência.
9 - Livro físico ou e-book? Porquê?
Livro físico, não consigo ler um e-book. Documentos
extensivos imprimo para ler.
10
- Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?
Como lida com o facto de escrever no seu dia a dia?
Vejo a escrita como um mundo à parte, no qual
mergulho para escrever e volto de novo à superfície. Não falo sobre o que
escreve no trabalho, é como existisse uma linha que separa dois mundos, dando
mais liberdade aos conteúdos da escrita.
Acompanhem, curtam e divulguem esta e outros autores através deste link
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