Doutores e
outros senhores!
Ter ou não ter
um canudo, seja por mérito, ou por aquisição, não faz com que uma pessoa seja
mais ou menos culta, que outra que não tenha tido a possibilidade de o obter,
por mérito ou por aquisição. No entanto, há quem pense que sim.
Acho imensa
piada aos que, quando se apresentam, antecedem o nome com o canudo, por exemplo: sou o doutor fulano de tal… sou o engenheiro fulano de tal… e por aí fora.
Também nos representantes das forças armadas, há esse tipo de pessoas, em que o
canudo antecede o nome: sou o general fulano de tal… sou o comandante fulano
de tal… etc. etc.
Acho graça a
este tipo de pessoas. E não é que já deixei algumas a olharem para mim sem
palavras para me responderem. É verdade, podem crer.
Havia um certo
doutor, não sei em que era doutorado, mas apelidava-se de: eu sou o doutor
fulano de tal… ora bem, este senhor de cada vez que entrava na loja do meu
marido, sem cumprimentar, dizia: diga ao senhor Victor que está aqui o doutor
fulano de tal, isto aconteceu uma vez, duas vezes, à terceira vez, assim que
ele entrou e antes que dissesse que era o doutor fulano de tal, eu disse,
depois de o cumprimentar: um momento eu chamo já o doutor dos sofás. De olhos
esbugalhados e sem palavras, limitou-se a esperar que o doutor dos sofás
aparecesse. Voltou lá mais vezes mas, nunca mais se apelidou de doutor.
Se todos estes
doutores, e outros senhores, apanhassem pela frente, de vez em quando, uma
Antonieta, talvez se habituassem a deixar em casa, os ditos canudos, sejam eles
por mérito ou por aquisição.
Tenho dito!
MARIA ANTONIETA OLIVEIRA
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