Uma das queixas mais
frequentes, por parte dos autores, é sobre a falta de divulgação adequada,
tanto ao nível dos eventos como das obras. Não é raro ouvirmos alguém reclamar do
pouco que é feito para dar maior visibilidade ao que produzem e/ou editam. Há
muito que tenho vindo a apontar essa lacuna e já perdi a conta às vezes que
escrevi sobre esta matéria.
Concordo que o trabalho
de divulgação, pré e pós edição, é escasso e, muitas vezes, mal direccionado.
Não tenho qualquer dúvida que existem muitas coisas que podem ser feitas pelos
autores e pelas suas obras. Creio que, com um pouco mais de criatividade,
pode-se levar, ao conhecimento de muito mais leitores, aqueles e aquilo que se
produz.
No entanto, e há sempre
uma ressalva a fazer, há um entendimento errado sobre quem recai a
responsabilidade dessa falta de divulgação.
Sim, estou do lado dos
autores quando demonstram o seu desagrado pela escassa divulgação que os
editores fazem. Mas também compreendo que os ovos da omeleta não podem provir
todos da mesma cesta. Os autores também devem trabalhar no sentido de
promoverem os seus eventos e divulgarem as suas obras, para que a divulgação
funcione.
Os autores não podem,
nem devem, excluir-se dessa tarefa, sob pena de nada resultar. Por mais que os
editores possam fazer, quando fazem e se o fizerem, é responsabilidade dos
autores criarem a sua base de leitores e alargá-la. Para isso existem saraus e
tertúlias, feiras do livro (um pouco por todo o lado) e demais encontros
literários.
Aproxima-se mais uma
edição da Feira do Livro de Autor, em Vila Franca de Xira. Apesar de não ter
dotes de adivinho, aposto que, mais uma vez, não estará lá nenhum daqueles que
tanto se queixa da falta de divulgação dos seus livros. Lá estarei para atestar
a minha previsão.
O que mais me espanta é
as pessoas ainda não se terem dado conta que para se fazer vinho tem-se que
apanhar as uvas primeiro.
MANU DIXIT
Olá Manu.
ResponderEliminarConcordo plenamente com o seu ponto de vista. As pessoas não têm noção do esforço que deve ser feito de parte a parte para que um livro resulte.
Falo com conhecimento de causa, porque publiquei uma antologia poética em Setembro do ano passado pela Chiado Editora e estava consciente da batalha que me esperava por ser uma autora nova no meio, não só porque sempre me assumi como escritora, mas também porque tenho noção de que os escritores portugueses nem sempre considerados como merecem. Sou uma pessoa naturalmente reservada, mas estou a aprender a dar-me a conhecer enquanto autora, porque se eu não o fizer, ninguém o fará por mim!
A questão não é nova e continuará a ser um problema enquanto os autores teimarem em sacudir a poeira dos ombros...
EliminarGrato pela visita e pela partilha de experiência...