Muitos acusam-me de
excesso de rigor, pouca tolerância e de nunca demonstrar satisfação. A verdade
é que não concebo outra forma de estar quando a questão é trabalho. Sou
tremendamente exigente com o que faço e isso transparece para quem trabalha
comigo.
O facto da perfeição
estar longe do nosso alcance sempre foi para mim motivo para elevar a fasquia.
Sei que jamais conseguirei executar tudo de forma imaculada e que os erros
sempre existirão, mas é essa certeza que me impulsiona e ajuda a caminhar rumo ao
perfeccionismo. Batalho com abnegação porque quero sempre chegar o mais perto
que puder da perfeição.
Sou exigente, sim. Os
resultados raramente me satisfazem, sim. Nunca alcançarei a excelência, não.
Mas nunca será por ter desistido ou por ser conformista. Isso jamais serei.
E é por tudo o que
referi nos parágrafos anteriores que, volta e meia, sinto a frustração
apoderar-se de mim. Quando as coisas ficam aquém do que idealizo, questiono e
coloco tudo em causa, e sou atormentado por um tremendo sentimento de
impotência. Depois, analiso tudo à lupa, assumo tudo o que estiver errado,
levanto a cabeça e regresso ainda com mais determinação e maior exigência. E
por cada trabalho que me deixa uma ponta de frustração, maior é o rigor no
trabalho seguinte. Quanto mais insatisfeito fico, menos tolerante me revelo.
Quanto mais impotente me sinto maior a exigência que transmito.
E assim vai ser até ao
fim dos meus dias.
MANU DIXIT
Sem comentários:
Enviar um comentário
Toca a falar disso