Os dias correm feito lobos... traiçoeiros, sorrateiros a nos iludir, e com fome...
o tempo nos engole ferozmente. Deixa-nos por vezes, e não raramente, vestígios
indignos, por outras, retalhos de sonhos. As cidades e lugares cada vez mais
parecem-se com a caverna escura de Platão... O "Ensaio sobre nossa
cegueira " já estreou. Nossa cegueira vem sendo sacudida com visões
apocalípticas que fazem, literalmente , tudo tremer. Incrível viver nesses
tempos!!! Tendo sempre sido solar e otimista, agora testemunhando o fim das
coisas, a falência, os escombros, os retrocessos, as marcas de derretimento das
certezas civilizatórias... Testemunhas com o peito oprimido pela dor de ver.
Ver, presenciar, dói. Porém, não ver nos torna ridículos e
patéticos. Somos ridículos e patéticos ainda quando vemos. Difícil deixar de
sê-lo com a forja de mil anos a nos limitar em nossa ignorância. Nossa
barbárie. Estupefação. Indignação. E por que não? Coragem. Vejo coragem em meio
ao caos. Vejo beleza e nobrezas possíveis. Vejo poesia, enlevo e desejo também,
vejo. Possibilidades de nascer da lama, como a flor de lótus, ressurgindo do
nada que nos tornamos.
Eis,
aí. Uma esperança.
mini-Biografia:
Andrea Sant Anna
Mãe, avó,
contadora de histórias, arte-educadora, ceramista, oficineira, Terapeuta
Corporal
Expressar-se
é curar-se. Me interessam coisas de cura e expressão. Arte e saúde. Coisas de
dentro e de fora. Coisas com as próprias mãos , como desenhar, tocar, escrever,
modelar, massagear, comunicar, acarinhar, cuidar, acolher, nutrir. Me interessam as pessoas, sobretudo, as
crianças , melhor momento dos humanos!
Não sei
bem o que fazer com tudo isso, mas vou
fazendo.
E indo
...
E
expressando, criando
E me
curando...
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