Não é segredo para ninguém o grande apreço e admiração
que tenho pela autora Graça Pires.
Tal como escrevi em 2013, num artigo sobre o
lançamento de um dos seus livros, Graça Pires é uma poeta de mão cheia que não
tem recebido o devido reconhecimento, por parte dos pseudo-entendidos, pela sua
vasta obra, apesar dos inúmeros prémios literários recebidos.
No entanto, esta enorme poeta, não se deixa abalar
pela quase anonímia do seu percurso e continua a presentear os leitores (onde
orgulhosamente me incluo) com obras fascinantes e de grande valor.
É o caso do seu recente trabalho - FUI QUASE TODAS AS
MULHERES DE MODIGLIANI. Um livro que prova, uma vez mais, a qualidade da
escrita de Graça Pires.
Este pequeno livro, com poemas baseados em 40 quadros
de Amadeo Modigliani, artista plástico italiano, radicado em França, é um
grande contributo, não só para a poesia lusófona, mas também, e porque não
dizê-lo de boca cheia, para a poesia universal.
Inspirada ou, melhor ainda, guiada, pelas criações
deste pintor, Graça Pires trabalhou as palavras de forma a casá-las com cada um
dos quadros, dando vida a cada uma das mulheres retratadas.
Este tremendo e fascinante exercício de criatividade
não resultaria tão bem se a autora não tivesse, embrenhadas em si, todas as
características necessárias para ser uma poeta de excelência; especialmente a
capacidade de discernimento e trabalho árduo.
FUI QUASE TODAS AS MULHERES DE MODIGLIANI é mais que
um livro de poesia. É uma obra de arte; uma tela de palavras sobre outras
telas. Este é um daqueles livros que vai muito além das suas intenções
primeiras. O mesmo é dizer que, para além de ser um grande livro de poesia, é
também um enorme roteiro sobre parte da obra de Amadeo Modigliani.
Recomendo sem reservas este livro. Boas leituras.
MANU DIXIT
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