A minha grande dificuldade ao iniciar este artigo foi
saber que título lhe dar. Sobre este tema já muito tenho dito e escrito e
continuarei a falar dele, tal como diz o velho fado, até que a voz me doa.
Numa época em que, por tudo e por nada, todos se
lembram de mencionar a crise como factor disuasor para explicar a sua própria
inacção, os sinais que passam são de crise sim, mas de valores morais e de
carácter.
A hipocrisia, outrora um defeito vil, mesquinho e
condenável, hoje em dia parece ter-se transformado numa das características
genéticas principais da generalidade das pessoas.
Já ninguém se importa muito em ter seriedade e lisura
na sua forma comportamental e, cada vez mais, parece existir o culto do
negativismo e bota-abaixo.
A mentira de perna curta impera como se de um virus se
tratasse porque a maioria fecha os olhos quando confrontado com estas atitudes.
Cada vez mais, existe a convicção que todos os meios
são válidos para se ganhar notoriedade não interessando se esse destaque é
alcançado à base de falsos argumentos e falsas acções.
Nos dias que vivemos deixou de ter validade a velha
máxima "À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer". O
que mais se vê é quem viva sob a ilusão do parecer quando a realidade é o
oposto.
Ostentar virtudes e uma imagem imaculada apenas como
maquilhagem parece estar a fazer escola na sociedade moderna e a generalidade
das pessoas aplaude.
Mesmo correndo o risco de passar uma imagem de
"velho do Restelo" tenho que dizer que não me identifico com esta
forma de estar. Fui educado tendo por base valores morais e de comportamento
que dão como preferenciais as atitudes positivistas, de tolerância, de
honestidade, de transparência, de verdade e, acima de tudo, de saber estar em
comunidade. Fui educado a negar valor à hipocrisia, à inveja, à mesquinhez, à
mentira e, sobretudo, ao individualismo exacerbado. Sempre me ensinaram a dar
mais importância a actos do que a palavras porque estas exigem muitas vezes o
benefício da dúvida, enquanto que os actos são deixam nenhuma.
Sem falsos moralismos nem culto da perfeição, porque
essa nunca existiu, e porque uma das coisas que menos me custa fazer é dar a
mão à palmatória e assumir as minhas acções, mesmo as erradas (que são muitas),
não posso deixar de ser crítico perante acções que contrariam as palavras que
muitos fazem questão de alardear aos ouvidos dos incautos.
Tal como em outras ocasiões, volto a dizer que não é
exigida a presença das pessoas em todos os eventos, para os quais são
convidadas, tanto mais que é humanamente impossível fazê-lo. Mas não deixa de
ser incompreensível que, quem mais se queixa de falta de eventos culturais, são
aqueles que nunca marcam presença em nenhum apesar de, continuamente, afirmarem
a intenção de comparecer neste ou naquele.
Dizer é fácil e fica bem aos olhos da generalidade das
pessoas. Falar de intenções dá uma imagem empreendedora e de acompanhamento
permanente das acções culturais. Mas não existe nada mais definitivo e
revelador das acções do que as próprias acções.
Louvar um promotor de eventos pela forma apaixonada
como os realiza e promove, falar-lhe da admiração que se tem por todo o empreendorismo,
entrega e devoção à causa cultural, não passam de palavras. O maior louvor, a
maior admiração que se pode outorgar é marcando presença.
Uma situação recorrente é fazerem-se acusações de
“centralismo cultural”, que só se fazem eventos na capital e, quanto muito, no
Porto, esquecendo as outras localidades. Normalmente faz-se a tal referência à
crise porque “as distâncias são grandes” e “não há dinheiro para deslocações”
ou “ainda se viessem aqui ou fizessem mais perto”. Tudo palavras vãs e falsas
promessas.
Há quem faça, com muito esforço e amor à causa, que os
eventos ocorram de norte a sul do país, levando autores ao encontro das
pessoas, reduzindo distâncias e aproximando a cultura daqueles que tanto a
exigem. Mas na hora marcada, no dia aconselhado, pura e simplesmente a
confirmação de quão hipocrita está esta sociedade. Na hora de retribuir e
louvar o esforço de quem é realmente empreendedor surgem as desculpas de
sempre: “veio na pior altura”, “é a crise”.
Sim, o país está envolto numa enorme crise mas, ao
contrário do que tanto se apregoa, essa crise é de valores morais e de
comportamento. A maior crise que este país atravessa é de falta de vergonha e
hipocrisia.
Apesar da minha assumida laicidade, sempre acreditei
que Portugal tinha sido poupado por Deus no que a catástrofes diz respeito. Ao
longo da história da humanidade todos os povos sofreram e ainda sofrem essas
catástrofes. Alguns países sempre tiveram de lidar com as condições
climatéricas difíceis e a época das monções ceifa vidas atrás de vidas. Noutros
sempre existiu e existirá instabilidade cultural e económica que se refletem nas
constantes e quase ininterruptas guerras tribais, étnicas e globais. Em
determinados locais têm de lidar em permanência com secas extremas, vulcões,
tornados, ciclones, tsunamis, contaminações de vária ordem, etc. Em Portugal
não há nada disso. Este país foi poupado? A resposta é não! A grande catástrofe
que Deus destinou ao nosso país é o povo que cá colocou.
MANU DIXIT
ResponderEliminarCaro Emanuel as tuas palavras refletem numa curta REFLEXÃO: Acto de repensar profundamente. Pensamento, observações que resultam de meditação ou planejamento e que são expressos por escrito ou em voz alta a tua revolta de emoções e palavras poética.
Um Abraço
Gilberto Russa
Não me calarei perante a hipocrisia reinante. Nem mesmo prejudicando a minha imagem.
EliminarForte abraço.
Sem dúvida!
ResponderEliminarA falta de carácter, de ética, de princípios é gritante. A começar naqueles que deveriam ser exemplo.
Um abraço, amigo.
Vítor Cintra
Poeta! Resta lutar contra este estado de coisas e tentar mudá-las.
EliminarGrande abraço.
Bom dia,
ResponderEliminarA ilusão criada pelas redes sociais é a pior das ilusões. E este é um fenómeno que começa agora a ser combatido e que tem vindo a criar gravíssimos comportamentos psicológicos, muitos até recorrendo a tratamento. Não sou eu que o digo. É o que tem vindo a ser demonstrado e escrito em artigos nas revistas científicas.
As redes sociais criam a ilusão de proximidade, criam a ilusão do aplauso, criam a ilusão da amizade e do amor,criam a ilusão de valias, criam a ilusão de comportamentos sociais irrepreensíveis, criam a ilusão da celebridade e do reconhecimento cultural entre outros. Ou seja, assunto perigoso.
Ou a pessoa é de facto conhecida e reconhecida do grande público como sendo, por exemplo, poeta ou escritor ou jornalista ou cantor ou artista de qualquer área, ou cientista ou etc, etc, ou então, quando chega à realidade da vida, confronta-se como o senhor se confrontou já duas vezes seguidas num curto espaço de tempo: ninguém, na realidade, o conhece ou reconhece. Isto é duro de aceitar, mas é a realidade. Aqui não se trata de redes sociais. Trata-se da realidade da vida. Nem sequer é hipocrisia. É a realidade. Quando a pessoa que não é conhecida faz a festa num local onde tem amigos, vizinhos, familiares, todos comparecem. É fácil. A prova está quando se faz a festa fora de casa onde não se conhece ninguém ou praticamente ninguém. Isso é um duro golpe.
Todos sabemos - e o senhor também sabe porque lê e vê jornais e tv's - que a província, hoje em dia, tem cidades fantásticas com movimentos culturais inexcedíveis e muito, muito concorridos. Todos sabemos e negá-lo, isso sim, seria hipocrisia. Faro, Aveiro, Braga, Porto, Póvoa de Varzim, Guimarães, Castelo Branco, etc, etc são redutos culturais intensos muito procurados e frequentados. Sabemos todos que, felizmente e ao arrepio da "crise", hoje é assim. Mas tem de se ter algo por detrás: ou marketing, ou promoções, ou o simples nome do "artista" que só por si chama as pessoas. Não é o caso. As pessoas não são amorfas nem aculturais. O público acorre. Mas sem se ser minimamente conhecido, nada feito. Posso garantir-lhe - porque sei - que o público acorre em massa a acontecimentos culturais só de livros, só de autores, por exemplo. Esta é a verdade.
Agora, com autores das redes sociais, não. Nada acontece. É o mesmo que passar um dia inteiro, sozinho, sentado numa triste mesinha na feira do livro à espera de Godot.
Nada acontece. Hoje em dia, sem "máquinas" por trás, nada acontece. O que faz todo o sentido.
Não fique revoltado. Melhores dias poderão surgir.
Nota: é esta a última vez que contacto consigo. Não voltarei a interferir neste blogue.
BRSE
Podendo concordar com muito do que diz, não deixa de ser verdade que socialmente estamos a viver uma era de valores invertidos.
EliminarA corrida em massa de que fala acontece sim mas por outras razões, principalmente por formatismo de um público que, perdoe a comparação, parece que tem palas nos olhos como os equídeos. Só têm olhos para o que lhes põe à frente e não procuram por si próprios alternativas ao estabelecido.
Quanto à questão da revolta. Remeto para o artigo (já escrito) mas que só publicarei amanhã. Para quem não me conhece pode passar essa ideia de revolta pessoal pelo desencanto dos meus próprios eventos, só que a realidade dos factos é bem diferente pois tenho a minha base de leitores bem definida à partida, e é bem mais extensa que o nosso território.
Se falo como falo é apenas como alerta para aqueles que, ao contrário de mim, se podem deixar cair em ilusões e sofrem quando confrontados com a realidade actual.
Sim, passa, sem dúvida, a ideia de revolta.
ResponderEliminarO que é que quer dizer com: a minha base de leitores bem definida à partida, e é bem mais extensa que o nosso território.
Está traduzido no estrangeiro? Ou refere-se ao Brasil que aí sim, os leitores ainda são mais críticos e exigentes que os portugueses! Refiro-me à qualidade do escrito, claro! E o Brasil, é um mercado quase impenetrável de tão exigente. Refiro-me a grandes e bons autores, obviamente. Acredite no que lhe digo porque eu sei o que estou a dizer.
Já agora, em que livrarias de Lisboa ou Porto ou noutra cidade qualquer do país estão os seus livros à venda? Em todas, certamente. Vou procurar.
Gostava de comprar um.
BRSE
Infelizmente ainda nada traduzido mas tenho recebido não só pedidos de livros mas também boas críticas do Brasil, Inglaterra Suiça e França.
EliminarFora de Lisboa não sei onde os encontrar (nem me preocupo com esse aspecto porque os direitos de autor recebo-os antecipadamente) mas em Lisboa sei que estão, por exemplo, na Livraria Barata. E também estão em plataformas digitais, por exemplo, da Bertrand.
Desculpe-me a insistência, mas...não se preocupa com esse aspecto?????
ResponderEliminarEntão, não se preocupa com a boa colocação dos seus livros??? E admira-se de não ter público na província? O dinheiro que recebe, antecipadamente, é assim tão mais importante?? Meu amigo: a "feitura" de um livro é todo um processo. Tudo conta. Começa pela escrita, depois a edição, depois a publicação (que, como sabe, são assuntos distintos) depois a distribuição, depois a manutenção nos postos de venda, depois a recolocação sendo tudo acompanhado de uma boa promoção e visibilidade dos livros. Para não falar dos circuitos normais pelos quais o livro tem de, obrigatoriamente, passar: críticos de jornais - Público, Expresso, JL, DN, JN, - revistas: Colóquio-Letras, Ler, a próxima Granta (que já está a fazer crítica), programas na televisão (agora há poucos mas ainda há), bons programas e boas rádios, Antena 1, Antena 2, TSF. Depois ainda existem os convites para festivais e acontecimentos literários tipo Correntes D'Escritas,(que é o acontecimento literário mais importante da Península Ibérica) tipo Festival Literário da Madeira, tipo Literatura em Viagem (Matosinhos) tipo feira do livro de Lisboa e Porto, tipo conferências várias, tipo entrevistas várias, tipo convites para várias coisas ligadas à actividade.
Quando tudo isto acontecer com fluidez, então sim, pode ir à vontade à província apresentar os seus livros sem grandes receios. Por enquanto, nada feito. Isto são circuitos, senhor Emanuel. Não poderá ignorá-los. Nem o senhor nem ninguém que se interesse por este tipo de actividade. Tudo tem os seus circuitos próprios. Até a nossa própria vida. Se não existirem, tudo corre mal.
BRSE
Nota:continuo a escrever-lhe porque ainda estou no seguimento desta conversa.
Não meu caro, não me preocupa absolutamente nada. Mas também não me preocupa o dinheiro recebido antecipadamente. A minha ambição nunca passou nem passará por esse estado divinizado que tanto apregoa. Sei que lhe parece e soa estranho este discurso mas a verdade é que todos os meus objectivos estão alcançados há muito. Sim, o sonho de editar sempre existiu mas as motivações são bem distintas daquelas que pode imaginar. Sim, editei quatro livros e isso fugiu um pouco à ideia inicial. Desde o momento em que surgiu a possibilidade de o fazer o objectivo era publicar somente 3 trabalhos e nada para além disso. Porquê? Porque, como disse, nunca ambicionei essa ribalta que lhe é tão cara. Os meus holofotes, a minha projecção, o meu mediatismo há muito que está conseguido. Aquilo que foi o meu motor motivacional levou-me onde 90% dos hipócritas nunca pensaram que eu algum dia chegasse. Sim, posso tentar ir mais além e tenho a certeza que seria bem sucedido, mas o objectivo já foi cumprido. O facto de ter aceite editar mais do que inicialmente pretendia deve-se ao facto de me ter sido proposto um contracto de edição de três livros aquando da edição do meu terceiro. Ainda me falta um para honrar esse contracto.
EliminarNão, não me surpreendo com a falta de audiência nos eventos fora do meu ciclo de influência natural. E embora aceite alguns dos seus argumentos como válidos, apenas lhe digo que só lá fui por respeito a quem organiza estes eventos e merece todo o apoio pelo esforço e dedicação às causas culturais. Talvez se os meus objectivos passassem pelos parâmetros que refere eu me sentisse melindrado ou pessoalmente ofendido, mas isso não corresponde à verdade logo, é-me completamente indiferente. Então porque aponto dedos e defeitos a torto e a direito? Porque todo o acumular de experiência que adquiri pode servir para abrir os olhos a muita gente e fazer passar alguns dos valores pelos quais me rejo e que, acredito, podem funcionar tão bem com outros tal como funcionaram comigo.
É estranho! Todas as suas afirmações - que eu respeito - não condizem umas com as outras.
ResponderEliminarEntão de que é que se queixa, concretamente? Se está tudo bem consigo, se a sua liberdade em relação a este assunto, é totalmente assumida e se compreende todo este processo, então o que é que está mal? Está preocupado porque o público não acorre a "eventos culturais" deste género? Mas isso não é verdade! Acorre, sim senhor! E em força! Muito mais do que seria previsível! Quer provas? Digo-lhe eu!
Note que estamos a falar, estrictamente, de livros e promoção de livros aqui e acolá. Nada mais do que isso!
Quando o senhor diz - editar - quer dizer - publicar - não é? É que é muito diferente...
Bom, não o compreendo. Mas garanto-lhe que me esforcei.
Desejo-lhe o melhor. Sinceramente!
BRSE
Mais uma vez separa-nos a interpretação! Aquilo que estranha mais não é que constatação de factos por mim observados em múltiplas ocasiões e sobre as quais emito as minhas opiniões mas servindo-me de exemplos de experiência pessoal, apesar de não sentir as dores como outros sentem, nem lhes dar o valor que outros dão.
EliminarA única possível contradição no meu discurso refere-se ao que apelida de minhas queixas, que não sendo queixas minhas, mas simples observações sobre atitudes com as quais discordo, também não são laivos de altruísmo, que não o tenho apesar do enorme ego.
Compreendo perfeitamente que estranhe pois nem aqueles que lidam mais de perto comigo, por vezes, conseguem entender.
Sim, sou complexo mas jamais formatado. Sou individuo mas vejo o mundo não como individualidade mas sim como unicidade. Não sendo altruísta, como referi, estou longe do egoísmo e analiso sempre na condição que o mundo é de todos em igual medida e não de apenas alguns previlegiados desmesuradamente endeusados que, louvor lhes seja dado, e eu dou, não são seres amorfos e inactivos. São essas consciências amorfas que pretendo despertar. É essa inacção que pretendo contrariar.
O senhor arranjou as suas defesas. Está bem. Aceito. Colocou, também, um saco de cimento em cima dos acontecimentos evidentes que o rodeiam. Aceito. Revestiu-se de uma carapaça de indiferença que poderá convencer os mais "novatos". Está bem.
ResponderEliminarMas olhe que não é bem assim.
E o senhor sabe que não é assim. Não vale a pena desviar o olhar nem ensurdecer. O senhor sabe disso tão bem como eu.
Até sempre e a melhor saúde.
BRSE
Aceito os nomes e as interpretações que quiserem dar à minha forma de ser, que não é exclusiva para o mundo do livros.
EliminarSó de forma ilustrativa lhe digo, esta "indiferença" até baralha a medicina sempre que faço ecg's.
Pelos vistos não é assim tão "indiferente"! A julgar pelos desgostos e sofrimentos que quer, a todo o custo, evitar a outras pessoas...
ResponderEliminarO senhor é que o diz!
Transcrevo as suas próprias frases:
(...)Se falo como falo é apenas como alerta para aqueles que, ao contrário de mim, se podem deixar cair em ilusões e sofrem quando confrontados com a realidade actual.
Ou:
(...) Então porque aponto dedos e defeitos a torto e a direito? Porque todo o acumular de experiência que adquiri pode servir para abrir os olhos a muita gente e fazer passar alguns dos valores pelos quais me rejo e que, acredito, podem funcionar tão bem com outros tal como funcionaram comigo.
Isto não é ser "indiferente"! Pelo contrário! Então, onde reside a sua indiferença, meu jovem? Ainda não percebi...
BRSE
Esperava que tanta análise detalhada ao que escrevo pudesse, pelo menos uma vez, fazê-lo entender onde recai essa minha indiferença. Mas não me custa absolutamente nada voltar a explicar.
EliminarTer ou não público nos meus eventos é-me completamente indiferente. Jamais perdi ou perderei o sono quando os comportamentos, que aponto como incorrectos, acontecerem nos eventos dos meus livros. Todo e qualquer acto que considero inapropriado pode acontecer num dos meus eventos que não me magoa nem me faz mossa. Sendo eu o visado, só o que eu deixar me pode afectar, e creia-me, muitos que por aqui passam sabem que é assim, contam-se pelos dedos de meia mão aqueles que algum dia me conseguiram afectar.
Mas como em todos os casos existem excepções, também eu tenho as minhas fraquezas e para essas sim, crio as tais barreiras que mencionou em comentário anterior. Em tudo o resto sou intocável, insensível, desinteressado.
A vida foi-me dada mas nunca vivi nas condições que me quiseram impor. Assim me tenho dado bem e assim tenho ultrapassado todos os obstáculos que a vida colocou no meu caminho. Mas isso já é fugir à questão literária e entrar em pormenores da vida privada a que só os mais próximos têm acesso.
Ah, percebi! Então, a sua indiferença total e absoluta é consigo mesmo??
ResponderEliminarEstranho...
Como pode viver assim? Consegue trazer bem-estar (não quero empregar a palavra felicidade que acho demasiado intensa) à sua volta? Sendo tão indiferente consigo próprio, com as suas acções, com os desígnios, consegue dar tranquilidade ao seu próximo??
Um fenómeno!!
Desta vez só a nuance faliu! Indiferente com o que se passa comigo e não com o que faço. No entanto, só o faço se considerar válido.
EliminarJamais me preocupei com o que se diz ou pensa de mim e da minha forma de estar na vida. A minha tranquilidade é a única que os meus próximos necessitam.
Não percebi! Mas está bem.
ResponderEliminarEstas nossas trocas de ideias e conversas variadas têm sido agradáveis! Têm ou não têm?
Diferentes, pelo menos, daquilo que se vai vendo por aí, não é? Não tão agressivas, não é verdade? Nem insinuantes! Antes directas e com verdade. Nem lamechices. Nem bajulices!
Que bom!
Desejo-lhe uma boa noite e sempre, sempre saúde.
Atenciosamente me despeço
BRSE
Não se deixe melindrar pela incompreensão do meu ser e estar. Não é o primeiro e não será o último.
EliminarA falar é que a gente se entende, mesmo não percebendo.