Há o breu, a
escuridão, a negritude plena, a noite, as sombras, e a loucura semi-obscura na
busca sempiterna do raciocínio claro, objectivo, sem manchas nem máculas.
Há luta interior
na tentativa de conquistar discernimento; batalhas entre o inconformismo e o
inalcançável; medos e ânsias a descoberto; desejos presos e vontades algemadas;
dogmas disfarçados de utopias e prazeres reprimidos pelas imposições da vida.
Há a loucura, ou
um estado de insanidade consciente, que conduz os pensamentos sem lógica,
apenas aparente, pelos caminhos sinuosos e enegrecidos que a mente amplifica a
cada momento.
Há visão,
ficção, realidade e fingimento. Um discurso, de tudo e nada, com rumo certo e
objectivos lúcidos, impregnado de uma ingenuidade racional, ao alcance de
poucos.
Há um poema que
se escreve ao longo de muitos poemas. Uma demanda quase obsessiva pela
luminosidade, pelo brilho, pelo sol, pela clarividência, pelo entendimento,
pelas certezas longínquas de um tempo que corre ao sabor da pena e simplesmente
recusa deter-se. Enfim, há poesia. Daquela que merece ser lida e relida,
degustada e saboreada, consumida e devorada, até que os raios de sol se
sobreponham à lua; até que as cores substituam o negro da vida.
Há um livro de
poesia que pede para ser examinado à luz da sensibilidade de cada leitor que
tiver a coragem de abrir os olhos até ao branco – de espanto e incredulidade.
MANU DIXIT
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