segunda-feira, 27 de agosto de 2018

AS CRÓNICAS DA AVÓZITA... CHAMAVA-SE MARIA



Chamava-se Maria, mas não gostava que a chamassem de Maria.

Naquela época, eram tratadas por Maria, mesmo que o seu verdadeiro nome, não fosse Maria, as sopeiras, as criadas de servir, as chamadas, hoje, de empregadas domésticas.

Quem a tratava de Maria sabia bem porque o fazia. Era uma forma desprestigiante de a menosprezar. E a Maria que era menina, sentia-o. Sentia-se.

Era uma menina introvertida, envergonhada e triste.

A menina, a Maria, foi crescendo sempre com a sua autoestima muito em baixo, sentindo-se sempre inferior a quem a rodeava. Desde muito menina que lhe foi incutida essa inferioridade.

E a menina cresceu mais e aos poucos foi-se libertando desse sentimento. Custou. Custou-lhe muito mas conseguiu.

A Maria menina-mulher ultrapassou todos os seus receios, tornou-se confiante em si mesma, e hoje a Maria, chama-se MARIA.

MARIA ANTONIETA OLIVEIRA

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