terça-feira, 11 de setembro de 2018

DEZ PERGUNTAS A... MANUEL A. RODRIGUES

Agradecemos ao autor MANUEL A. RODRIGUES a disponibilidade em responder ao nosso questionário

1 - Como se define enquanto autor e pessoa?

Como pessoa defino-me uma pessoa que prima pelo convívio e pelas relações inter-pessoais como factor primordial no desenvolvimento pessoal e como autor.
Sou emotivo, e nesse sentido, sinto em mim as causas sociais, as injustiças e as imoralidades. Privilegio a preservação da moral e dos bons costumes, valorizando o bom relacionamento alicerçado no respeito mútuo e no florescimento e manutenção das amizades.
Tenho dentro de mim uma criança, que por vezes se solta, e que quer viver os momentos da vida em rebeldia sadia própria do ser criança.
Apesar do meu EU pessoa e o meu EU autor serem indissociáveis um do outro, existe com frequência um confronto de ideias que leva à existência de um solilóquio interior, prevalecendo sempre a ponderação e a contenção na assertividade a transpor na escrita.

2 - O que escreve é inspiração ou transpiração?

O que escrevo é sem dúvida inspiração, considerando que para a escrita ser gerada em mim, existe anteriormente um momento mesmo que seja mnemónico de cativação que me leva a despertar no meu observar e no meu sentir, algo que faz mexer com a minha sensibilidade interior; é como um encantamento por algo que os meus olhos observam ou o coração sente.
Por norma a minha escrita provêm da inspiração do momento e não da premeditação do querer escrever sobre determinado tema. Não tenho um mote só como inspiração para o meu escrever, tudo um pouco serve de inspiração para alimentação da minha alma, vou beber inspiração às mais diversas fontes.
Preciso de inspiração para a poesia escrever, como preciso de me alimentar de pão para dar continuidade ao meu viver. Preciso de sentir inspiração para dar acalmia a este meu desassossegado coração.

3 - O que pretende transmitir com a sua escrita?

Com a minha escrita tento dar conhecimento do que habita no meu interior, nomeadamente os meus pensamentos e os meus sentimentos, dando a conhecer um mundo pessoal fora da observação directa da minha pessoa.

4 - Por que escreve poesia?

Por que escrevo poesia…? Talvez mesmo eu não saiba responder a mim mesmo, penso que é algo inato em mim. Desde que me lembro que a poesia vive em mim; primeiramente com manifestações orais, sem que eu tivesse a percepção de que no meu diálogo saíam frases com conteúdo rimado. Aos poucos fui sendo alertado para esse efeito da minha comunicação e aos poucos fui despertando para a escrita do meu pensar e do meu sentir.
Por vezes até me apetecia parar de escrever, mas há algo maior em mim que não me obedece, a escrita continua de mim a verter, sem se importar se escrever me apetece; por vezes até queria a escrita em mim parar e ficar interiormente a me escutar, sentindo a escrita de mim se libertar; mas sinto-me aprisionado, com uma caneta agarrado, a escrita sai-me em rebeldia, querendo dar continuidade à poesia, a escrita não me obedece - Se eu deixar de escrever o que me acontece…? A minha alma por certo fenece.

5 - O que costuma fazer para promover a sua escrita?

A minha escrita tem vindo à luz do conhecimento das pessoas, através da divulgação nas redes sociais, através da participação em antologias e colectâneas, e através da interacção em encontros e eventos de poesia.

6 - Que impacto têm as redes sociais no seu percurso?

As redes sociais são um meio privilegiado e necessário para qualquer divulgação do âmbito literário, pessoal ou qualquer outro. Sem as redes sociais, existira um fosso enorme entre o trabalho pessoal e o conhecimento e a sua divulgação com inúmeros destinos e destinatários.

7 - O que acredita ser essencial na divulgação de um autor?

O autor para poder ser divulgado tem que, em primeiro de tudo, se fazer parte  integrante interessada e motivada na sua obra e no pretender dá-la a conhecimento. Depois tentar viabilizar todos os meios possíveis que poderão estar, ou vir a estar à sua disposição, e prontificar-se a trabalhar todas as oportunidades possíveis quer individualmente quer em trabalho conjunto com pessoas ou entidades para esse efeito.
Escolher, das opções possíveis, aquelas que lhe poderão melhor ajudar na prévia preparação de todo o seu trabalho, quer nas diversas apresentações de divulgação pelos diversos meios para uma melhor e mais ampla divulgação.

8 - O que ambiciona como autor?

A minha primordial ambição enquanto autor é preservar a minha escrita. Aquando em tempos de infância pronunciava palavras de forma não intencional e saiam de mim construções poéticas, segundo opinião de pessoas que na altura me ouviam e alertavam para esse facto. Hoje sinto nostalgia de esses conteúdos não terem sido por mim no tempo guardados.
Quando no tempo cresci, e para a escrita despertei e evolui, os pensamentos e sentimentos começaram aos poucos a serem passados a escritos tendo depois numa outra fase de evolução pessoal, passado a guardar esses pensamentos e sentimentos num conceito mais organizado, e desta forma passei a guardar o meu EU autor em livros.
Nesta minha vontade pessoal de preservar a minha escrita, levou a que passasse por diversas fases de elaboração e aprendizagem no que diz respeito à criação dos livros. Começando por edições de autor caseiras, cem por cento da minha responsabilidade, indo da escrita, à correcção, à paginação, ao grafismo, à impressão até à finalização com a encadernação.
Numa fase posterior passei a entregar a finalização dos meus livros directamente às gráficas. Seguidamente segui o percurso da maioria das pessoas que pretendem ver os seus livros editados, recorrendo então aos serviços de editoras.
Por último, para edição dos meus livros, tenho recorrido a pequenos recursos de editoras para o efeito, fazendo edições de autor. 

9 - Livro físico ou e-book? Porquê?

Como livro de referência entre vários posso referir, Os MAIAS de Eça de Queirós. Por um lado foi um livro que no meu percurso escolar por mais que um ano lectivo, me levou à elaboração de trabalhos sobre ele. Esses trabalhos na altura, confesso que inicialmente considerei o livro como chato enfadonho e outros adjectivos nada abonatórios, com a elaboração dos trabalhos acabei por me entranhar no conteúdo do livro e melhor perceber o seu drama de critica politica e social com reflexos na cultura, que em muitos aspectos se poderão reverter para as épocas actuais.

10 - Qual a pergunta que gostaria que lhe fizessem? E como responderia?

- O que seria da vida sem a Poesia?
- A vida sem poesia, por certo seria uma vida desprovida de sentimentos e de emoções, seria apenas a vivência de meros acontecimentos desfalcada de emotividade e da fantasia da beleza da vida. Seriamos meros figurantes neste teatro da vida, sem inspirações, sem ambições, sem importar os actos, seríamos actores com retalhos nos fatos. A vida seria um enorme vazio, não existiria o sorriso, não existiria o brilho no olhar, não existiria a magia da vida, não existiria o verbo amar.

Acompanhem, curtam e divulguem este e outros autores através deste link

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