“Ler um escritor é, para mim, não apenas ter
uma ideia do que ele diz, mas partir com ele e viajar em sua companhia”, disse
André Gide.
Qualquer pessoa que se entrega à leitura de um
romance, sabe que a ficção literária tem o poder de nos transportar a outros
mundos, a outras realidades. Durante o tempo da leitura nos abstraímos de nossa
própria vida, para viver a vida de personagens que tanto podem nos encantar,
como nos assombrar. Se as emoções são fortes demais, temos a garantia de fechar o livro e abandonar a leitura.
Entretanto, assim como em qualquer viagem, trazemos vestígios e marcas daquela
experiência. Mas, como ficam as questões de nossa própria vida? Essas ficaram
em suspenso, durante a leitura. Somos, entretanto, capazes de caldear a realidade
do outro e a nossa, empreender entre elas um diálogo, e construir alento a
nosso favor. Essa é a base de uma nova modalidade de investigação da
literatura: a BIBLIOTERAPIA.
No
Rio, a PUC vem oferecendo um curso neste sentido: Formação em Biblioterapia: a
leitura como cuidado, com a Profª. Nanci Nóbrega. Seu objetivo é capacitar
pessoas que atuam ou gostariam de atuar nesta área, muitas vezes como ledores
voluntários em hospitais, asilos, etc. Mas aos amantes da leitura, informo que,
em 2016, publicado pela Verus, chegou ao Brasil o FARMÁCIA LITERÁRIA, autoria
de duas biblioterapeutas, Ella Berthoud e Susan Elderkin. Na capa, abaixo do
título, temos: “Mais de 400 livros para curar males diversos, de depressão e
dor de cabeça a coração partido”. Organizado como obra de referência, nele você
encontra o “seu” problema posto em ordem alfabética e, numa linguagem coloquial
e muitas vezes divertida, recebe a sugestão. São 376 páginas por onde passam
indicações que vão desde “O Asno de Ouro” de Apuleio, do século II, até obras
contemporâneas, como Caim, de Saramago, 2009. Como cura, antídoto, ou puro
prazer, essa é uma bela viagem pela riqueza da literatura!
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