Diário do absurdo e aleatório
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Dá-me graça assistir, desta poltrona sem foco, à modéstia exibicionista de alguns pseudoautores que, com penas sem tinta e lavras emprestadas, passam por ícones imaculados e assertivos.
A história repete-se, em círculos herméticos, com discursos de ocasião, cheios de frases batidas em castelo e clichês feitos por encomenda.
Por muito penoso que seja, não sobra alternativa que não passe por parabenizar, estes arautos da comunicação, pela ousadia e confiança com que fabricam os seus currículos, repletos de valências nuas de significado e importância, mas que, aos olhos dos beijadores de rabos, chegam como bacharelatos.
Há que dar mérito a quem, apesar dos engodos e falinhas mansas, enchem salas de iludidos e os bolsos de celebridade.
Tudo o resto é rodapé de outras prosas sem holofotes.
EMANUEL LOMELINO
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