Diário do absurdo e aleatório
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Apesar dos queixumes – porque os gritos, mesmo em silêncio, têm o condão de aliviar a carga negativa que transportamos nos ombros – descubro-me imune aos contratempos da vida.
A apatia, a inércia, o modo impassível, que me outorgam, como etiquetas tatuadas, revelam o quão falsos são os diagnósticos quando sou analisado com critérios que nunca forma meus e pelos quais nunca me regi.
A vida ensinou-me a não criar expectativas sobre ela própria e a seguir sempre em frente, independentemente das circunstâncias e das consequências, com a cabeça erguida e sem olhar para o que foi, o que teria sido, o que podia ser, ou, para aquilo que será.
A lição maior é simples de entender. A vida jamais será uma conjugação verbal e deve ser vivida, apenas e só, pelo que é.
EMANUEL LOMELINO
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