Diário do absurdo e aleatório
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Sim, aos poucos têm-se evaporado os nenúfares e pintarroxos da criação para darem espaço aos gumes afiados das pedras enegrecidas pelas vaidosas fogueiras, alimentadas de toros vulgares, que pululam neste novo desenho de intenções.
Mergulha-se a autonomia expressiva dos voos livres nas masmorras do convencional e os arco-íris são engavetados nas sombras dos profetas eleitos pela unanimidade da preguiça, que graça nos bustos esculpidos pela ignorância.
Assim perecem os fios do irrepetível e nasce a pura absolvição dos espelhos, para contentamento dos usurpadores de ideias que usam sapatos largos e luzes ofuscantes.
Este é um tempo raso que flui, na precipitação do seu descaso enraizado, como um rio daninho que oferece lodo às margens e ceifa, dos salgueiros, a seiva que não precisa nem merece.
EMANUEL LOMELINO
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