DIAS DE OUTONO
Os vagalumes não acenderam as chamas.
Mar adentro, mar afora
Solitárias gaivotas buscam por alimento
Diante das intempéries do outono.
O peso do mundo corre por meus olhos
Sedentos por dias quentes
Com beijos e abraços intensos
Sem máscaras, sem constrangimentos.
Da janela ouço o tilintar de panelas
Que gritam por um tempo mais justo
Por atitudes humanas, por amavios.
Luzes declaram: estamos indignados.
Sou rio, não tenho muralhas
Sigo sereno com as areias do tempo,
Explodindo meus silêncios
No vago desejo de partilhas e ressurgimentos.
Venceremos os infortúnios, aqui e acolá.
Alfazemas brotarão, leves e serenas,
Cartografando a paisagem e a alma exposta
A cada mutação do firmamento.
Rita Queiroz
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